A vitória de Thelma Assis no BBB 2020 significou muito mais do que a conquista do prêmio de R$ 1 milhão e meio. Em um país onde o racismo infelizmente ainda fala muito alto, a campeã, que deu um show de representatividade na sua trajetória dentro da casa, fez história no programa.
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Em um vídeo para o seu canal do YouTube, a médica, motivada pela fala de Karol Conká, em que a cantora afirmou, em uma conversa com aliados do BBB 2021, que Thelminha só venceu a disputa porque teve ajuda de “mulheres brancas”, falou sobre sua chegada até o pódio.
“Karol Conká afirmou que eu só venci porque precisei da proteção das minhas amigas brancas. Fiquei pensando de que tipo de proteção ela tá falando… a partir do momento que você gosta de uma pessoa, você não vai tolerar injustiça com ela. Em muitos momentos em que eu nem estava presente, Manu Gavassi e Rafa Kalimann me defenderam, assim como eu também as defendi”, afirmou Assis.
A anestesista ainda lamentou o ponto de vista da rapper: “Queria muito que fosse dessa proteção que ela tivesse falando, mas infelizmente não foi. Era de uma proteção maior, do fato das meninas serem já famosas e terem uma torcida imensa. E ainda assim eu consegui vencer”.
Na sequência, Thelma ainda comparou o seu jogo com o atual que tem feito por Conká. “O que mais pesa quando você entra num reality, principalmente quando se quer mostrar que você é uma mulher negra, empoderada e conquistando um espaço super difícil de ser conquistado… na minha edição, por exemplo, eu era a única negra retinta. Qual foi a forma que eu escolhi para validar a conquista desse espaço? Foi não humilhando nenhum dos meus colegas lá dentro, não desmerecendo ninguém, não passando por cima de ninguém e não me achando melhor do que ninguém. Só isso num lugar cheio de câmeras durante 98 dias já seria suficiente para conquistar uma vitória sem precisar da proteção de amigas brancas”.
A campeã do BBB 2020 ainda deixou um disse: “Quando ela sair, se ela tiver a oportunidade de assistir a esse vídeo, ela vai entender o quanto dói ouvir de uma outra mulher negra que sua vitória foi validada por outras pessoas. É fácil ouvir isso de qualquer um, mas de outra mulher negra, pesou, doeu, e eu me defendi. Quando Karol sair, espero que ela tenha a oportunidade de refletir sobre tudo isso”.
Caroline Bittencourt é jornalista, pós-graduada em Comunicação e Design Digital. Atua como redatora e produtora de conteúdo para as redes sociais. Colabora com o RD1 desde 2018. É especialista das editorias de Famosos, Moda e Televisão. Ama viajar, seja chegando em um novo destino ou em frente à TV assistindo uma boa série.