Antes de mais nada, quero dizer que este texto não tem nenhum patrocínio do Governo Federal e muito menos almeja defender o presidente Jair Bolsonaro. Dito isso, cabe uma reflexão de dentro pra fora. A pergunta que não quer calar é: por que Bolsonaro é tão agressivo com a imprensa? A resposta é simples: porque ele é reflexo de como a imprensa o tratou ao longo destes anos. Com desprezo.
VEJA ESSA
Vou explicar melhor fazendo uma análise mais detalhada. O deputado federal Jair Messias Bolonaro, que almejava ser candidato à Presidência da República, nunca fora visto com credibilidade pelos grandes veículos de comunicação. Não que tivesse. Não é a discussão. Bolsonaro era figurinha carimbada, no entanto, em programas de humor e que exploravam polêmicas.
Atrações como o Pânico na Band e o Custe o Que Custar (CQC), ambos da Band, tinham o deputado quase como um “elemento” do elenco. Enquanto o Pânico o via como chacota, ponto de partida para a criação de quadros pra lá de debochados, o CQC abusava das declarações nas quais o político não pensava ao desferir frases de efeito.
Sempre envolvido em ataques aos colegas do Congresso Nacional, Bolsonaro só aparecia no Jornal Nacional quando era acusado por outro colega parlamentar de tecer algum comentário ofensivo ou difamatório. Aos olhos dos telejornais, era visto como um bobalhão que não tinha nada de interessante a ser dito. De fato, não tinha.
Ainda, programas que apostavam nas polêmicas e davam espaço ao pré-candidato presidencial para opinar sobre seus conceitos. No caso do Superpop, de Luciana Gimenez na RedeTV!, Bolsonaro marcou presença em várias gravações e destoou com inúmeras frases que entraram para os “anais verdes” da TV brasileira.
Agora, presidente, o político olha com desprezo para os veículos que o viam como uma mosca morta. No poder, parece que o cordeirinho tirou a pele e revelou o lobo do seu interior. Este sentimento de mágoa e revanchismo (oi, França e Alemanha!) traz um presidente com sangue nos olhos contra quem não o apoiou – e nem tinha a obrigação disso.
Bolsonaro traz à tona a história de um garotinho que não podia jogar e era desprezado pelos demais coleguinhas, até que um dia, ganhou uma bola. A partir daí, virou o dono do jogo e só dá atenção a quem estava ao seu lado quando não tinha “poder”. O garotinho mimado que briga com os veículos por conta de não ter tido foco, merece continuar passando despercebido para aprender a colocar os pés no chão, de novo.
Reuber Diirr é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Integrante do 17º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta (Globo ES), teve passagens pela Record News ES, TV Gazeta ES e RedeTV! SP. Além disso, produz conteúdo multimídia para o Instagram, Twitter, Facebook e Youtube do RD1. Acompanhe os eventos com famosos clique aqui!