O SBT chamou a atenção do seu público nos primeiros dias do ano ao começar a divulgar uma campanha contra a LGBTIfobia em seu programação. No entanto, está enganado quem pensa que a decisão foi feita de forma espontânea.
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Na verdade, o vídeo institucional foi feito para cumprir uma decisão da Justiça, após uma grande polêmica com Patrícia Abravanel. A apresentadora do Vem Pra Cá, inclusive, é uma das estrelas da campanha.
“Há 15 anos, o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo”, disparou a filha de Silvio Santos na gravação. Em seguida, o vídeo continuou: “E o que você, o que nós temos a ver com isso? LGBTfobia é crime. E a gente contribui com isso sempre que nos omitimos. Quando propagamos discursos de ódio”.
“Quando ofendemos a luta de tantas pessoas, quando não respeitamos os direitos do outro. Sabendo dessa realidade, precisamos nos unir e buscar a transformação”, prosseguiu.
Por fim, a campanha, que também contou com outros famosos do canal, completou: “E ela começa em cada um de nós. A família SBT quer evoluir junto com você. E aí, você vem?”.
A decisão foi feita com base na Lei 10.948/01, em processo movido contra Patrícia Abravanel e SBT por LGBTIfobia, pelo Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero (GADVS) e a Associação Brasileira de Mulheres LBTIs (ABMLTBI).
A treta teve início após as falas da apresentadora durante o Vem Pra Cá, transmitido em junho passado. O SBT – com a obrigatória participação da Patrícia -, então, ficou obrigado a reproduzir em sua programação, durante todo o mês de janeiro, a campanha publicitária educativa contra a LGBTIfobia.
O canal de Silvio Santos ainda precisará exibir uma reportagem jornalística no dia da visibilidade trans (29) e realizar workshop sobre cultura inclusiva para todo o casting e Live interna.
A polêmica de Patrícia Abravanel
Tudo começou quando, durante o programa, Patrícia defendeu Caio Castro e Rafa Kalimann. Eles estavam recebendo críticas após compartilharem nas redes sociais um vídeo com falas homofóbicas de um pastor.
Abravanel tentou justificar a situação. Ela usou como base o fato de que muitas pessoas conservadoras ainda estão aprendendo a lidar com a diversidade. Portanto, possuem o direito de ser intolerantes.
“Eu acredito que nós mais velhos e educados com pais conservadores estamos aprendendo, mas acho que é um direito as pessoas respeitarem. […] Tudo é muito polemizado. Eu não acho que o Caio Castro e a Rafa Kalimann são homofóbicos, só foram educados de outra forma“, afirmou na atração.
Além da defesa, Patrícia ironizou a sigla da comunidade, a LGBTQIA+, a qual se referiu como “LGBBTYH” e “LGBTC”. “Eu acredito que o LGBBTYH, não sei, querem ter respeito, eles tem que ter respeito a quem tá aprendendo, tem que ter respeito e compreensão e não massacre“, opinou.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]