A lista de novelas que serão disponibilizadas, a cada duas semanas, no Globoplay reserva curiosidades. Caso da ausência do clássico Mulheres de Areia (1993), tema da coluna de domingo (31). E da presença de três títulos liberados para o Canal Viva: Mulheres Apaixonadas (2003), Sassaricando (1987) e Força de um Desejo (1999); os dois primeiros com exibição agendada para agosto e setembro deste ano.
VEJA ESSA
Estaria Força de um Desejo também escalada, talvez para substituir Chocolate com Pimenta (2003) em dezembro? Afinal, o Globoplay destaca apenas ‘Força’ dentre todas as tramas que, sabemos, estão na gaveta do Viva – Pecado Capital (1998), Lua Cheia de Amor (1990) e Jogo da Vida (1991), como exemplos.
Questionei a Comunicação do canal a respeito. A informação que recebi foi de que “o próximo título ainda está sendo avaliado”, sem que a possibilidade de exibir o folhetim de Alcides Nogueira e Gilberto Braga fosse admitida ou negada.
Força de um Desejo chegou a ser anunciada no início de 2019, via Facebook, como substituta de Vale Tudo (1988) às 15h30. Acabou preterida, sem maiores explicações, por Porto dos Milagres (2001).
A bem-sucedida produção das 18h acompanha o romance de Ester Dellamare (Malu Mader) e Inácio (Fábio Assunção). O casal acaba separado por Idalina (Nathalia Timberg), avó do rapaz. Meses depois se reencontram em condições desfavoráveis: Ester encontra-se unida ao viúvo Henrique Sobral (Reginaldo Faria), pai de Inácio.
O elenco traz nomes como Cláudia Abreu, Marcelo Serrado, Paulo Betti, Denise Del Vecchio, Lavínia Vlasak, Selton Mello, Isabel Fillardis, Júlia Feldens, Louise Cardoso, Daniel Dantas, José Lewgoy e Sônia Braga em participação especialíssima. Força de um Desejo amargou baixa audiência, mas fez história com o texto apurado, a produção impecável e o elenco em estado de graça.
Acordo de cavalheiros
Importante frisar que qualquer novela ainda inédita no Canal Viva só deve chegar ao Globoplay após a exibição do último capítulo na TV por assinatura. Exceto Guerra dos Sexos (1983) e Vereda Tropical (1984), que, até onde sei, não foram “negociadas” com o canal.
Vale a pena ver de novo
Os aficionados por TV, leitores vorazes do RD1 e de outras colunas sobre o tema, já devem ter notado que toda e qualquer nota sobre a retomada dos trabalhos nos Estúdios Globo destaca, apenas, possíveis gravações de Amor de Mãe e Salve-se Quem Puder. A emissora ainda espera pelo avanço ou recuo da pandemia de coronavírus no Brasil para tomar qualquer decisão sobre trabalhos como Nos Tempos do Imperador e Um Lugar ao Sol.
Como manter atores e técnicos em atividade – com as consequentes aglomerações – caso a covid-19 não dê trégua? Vai daí que, numa dessas, periga pintar outras reapresentações…
Na atual conjuntura, não é possível descartar a possibilidade da Globo concluir Amor de Mãe – encerrando, finalmente, compromissos assumidos apenas para a obra – e apostar numa outra produção de seu vasto catálogo antes do lançamento de Licia Manzo às 21h. Ou algo que levante a moral do horário das 18h após a baixa causada por Novo Mundo (2017), de estilo e tom idêntico à “substituta” ‘Imperador’.
Talvez seja o caso de pensar em uma obra de “tiro curto” pós-Jornal Nacional, como Gabriela (2012). E numa novela, de preferência contemporânea e de “impacto” junto ao grande público, abrindo o horário nobre.
Duh Secco é "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.