Cantor do Raimundos nega ser bolsonarista e ressalta críticas a Lula: “Farsa”

Raimundos

Digão fez desabafo contra Bolsonaro e Lula em entrevista (Imagem: Reprodução/ YouTube)

Digão, de 50 anos, líder do grupo Raimundos, decidiu falar abertamente sobre o seu posicionamento político. Em entrevista para canal no YouTube, o cantor negou ser apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Porém, ele garantiu ser crítico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao podcast À Deriva, o músico foi enfático ao dizer que “nunca” demonstrou apoio a Bolsonaro e que só ouviu falar no político durante as eleições de 2018. “Nunca apoiei Bolsonaro, velho. Nunca falei: ‘ah, eu sou Bolsonaro’. Meu problema com a esquerda vem muito antes de existir Bolsonaro”, disparou ele.

“Fui saber do Bolsonaro quando estava para ganhar as eleições. Meu problema vem da época do ‘Lula-lá'”, declarou o artista, ressaltando que, mesmo não se considerando apoiador do atual governo, ele também não é entusiasta da campanha “ele não”.

Num outro momento da conversa, o cantor do Raimundos afirmou que considera Lula uma “farsa”, que a esquerda quer colocá-lo novamente no poder. Ele ainda negou que o rock seja um estilo musical ligado à esquerda política.

“Uma coisa que está fodend* o rock é essa desunião. O rock está enfraquecido por isso”, ponderou o famoso, que se tornou desafeto de Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas.

Em maio, por exemplo, Tico fez uma série de críticas a Digão. Ele disse que o líder dos Raimundos não tem coragem de externar o seu apoio ao governo de Jair Bolsonaro.

“Ele [Digão] não tem culhão para assumir que apoia um governo fascista. Mas que ele apertou o 17 [número de Bolsonaro na urna, em 2018], que se identifica com essas palhaçadas, é verdade. Digão, tu é um bunda mole. Roqueiro reacionário não combina”, desabafou, na ocasião.

No podcast, Digão também criticou o funk: “Por que o Funk está tão em voga? Porque eles tão cagando e andando. O Raimundos é mirim perto do Funk [risos]. O Raimundos é tipo: ‘entrei no trem, esporrei na manivela, cobrador filho da puta’. É meio que um filme do Rambo”.

“É bom pra caralho, adoro ver Rambo, mas eu jamais faria aquilo, jamais pegaria uma arma e sairia metralhando como ele. É entretenimento, velho. É uma coisa pra você ver e não fazer. Raimundos é assim. Aquelas merdas que falamos são para você não fazer. Já no Funk, eles fazem aquilo mesmo.”

Luiz Fábio Almeida
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Luiz Fábio Almeida

Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]