Então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) abusou do seu poder como Chefe do Executivo e usou canais rivais da Globo para se defender do depoimento do porteiro que teria apontado a relação do político com um dos acusados pela morte de Marielle Franco.
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Equipes de SBT e Band foram mobilizadas para uma espécie de ensaio de defesa para o “capitão”, naquela época bastante preocupado com as consequências do noticiário envolvendo o seu nome na morte da vereadora do Rio de Janeiro.
As entrevistas foram feitas em outubro de 2019, depois que a Globo revelou o relato do porteiro do condomínio onde Bolsonaro morava. O depoente disse que o presidente havia autorizado a entrada de Élcio de Queiroz no residencial.
Nos bastidores das gravações, representantes dos canais de TV orientaram as respostas de Bolsonaro, que soltou os cachorros contra a Globo e o então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PMB). A Band chegou a gravar a resposta do veterano três vezes, segundo o site DCM.
SBT e Band reagem após grave acusação envolvendo entrevista manjada com Bolsonaro
Em nota, o SBT informou que a reportagem não tem conexão com a realidade dos fatos e que a história foi tirada da cartola, sem qualquer respaldo.
O canal alertou que seus correspondentes não viajam com produtores e que a entrevista em questão foi interrompida por um assessor do presidente.
A emissora argumentou ainda que a reportagem cometeu um deplorável erro ao colocar em dúvida a reputação premiada da jornalista Patrícia Vasconcellos.
A Band, por sua vez, alegou que passou a avaliar a possibilidade de uma reação por comunicado oficial. O repórter da casa se declarou e bajulou Bolsonaro por minutos a fio e admitiu que votou nele na eleição de 2018.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].