Quem é a mocinha e a vilã? Flora ou Donatela? Essas e muitas outras perguntas estarão de volta ao ar a partir do próximo dia 16, com o retorno à TV de A Favorita – um dos clássicos da dramaturgia brasileira. Uma das protagonistas da trama, Claudia Raia não escondeu a felicidade por conta do retorno da trama ao Vale a Pena Ver de Novo.
VEJA ESSA
“Fiquei muito feliz quando soube que a novela seria reprisada de novo. Assim que a novela foi anunciada já me marcaram em tantas postagens nas redes sociais. Acho que vai ser muito legal acompanhar a repercussão da história pelas redes sociais, ver os memes… Essa é uma história contada de uma maneira muito brilhante pelo João Emanuel Carneiro”, diz.
Com boas recordações da novela, com direito a performance de “Beijinho Doce”, Claudia conta que até hoje a canção é sinônimo de Flora e Donatela, personagem que a atriz guarda um carinho especial.
“Nossa, são tantas as lembranças dessa novela… A cena da revelação, sem dúvida, é uma delas. O delas duas no carro e depois se enfrentando. As, claro, as cenas cantando “Beijinho Doce”, algo que o público ama. Até hoje a música é sinônimo de Flora e Donatela (risos)”, fala.
Confira a entrevista na íntegra:
A Favorita está na lista das novelas mais pedidas pelo público para ser exibida de novo no ‘Vale a Pena Ver de Novo’. Como foi saber que o folhetim está de volta à TV?
Claudia Raia – Fiquei muito feliz quando soube. Um dia desses estava dando uma entrevista e a repórter falou que A Favorita era a novela preferida dela. E ainda me disse que a trama poderia ser reprisar na TV aberta – já que ela é exibida no Globoplay – e quis saber se eu sabia de algo. Mas ainda não tinha essa certeza. Olha só, a repórter atraiu a novela!
Assim que foi anunciado já me marcaram em tantas postagens nas redes sociais. Acho que vai ser muito legal acompanhar a repercussão da história pelas redes sociais, ver os memes… E ver a novela. Essa é uma história contada de uma maneira muito brilhante pelo João Emanuel Carneiro.
Como foi a compor uma personagem com uma carga dramática mais forte que a maioria das que já interpretou na TV?
O trabalho de composição foi muito intenso. Eu e Patrícia (Pillar), que interpreta Flora tivemos que criar personagens que fossem vilãs e mocinhas ao mesmo tempo. Tínhamos que operar nesses dois polos. Não é fácil porque tínhamos que pensar na coerência da história depois que a revelação fosse feita e as cartas já estivessem na mesa para o público. Mas acredito que demos muito conta do recado, tanto que o público foi pego totalmente de surpresa quando a revelação aconteceu – isso teve uma grande repercussão. É uma trama que entrou para história da teledramaturgia brasileira.
Tem boas lembranças da Donatela?
Ela é uma mocinha clássica, não é?! Sofre muito! O Jarbas (Homem de Mello, marido de Claudia) quando via os capítulos ficava morrendo de pena da Donatela (risos). Ela perde seu grande amor, perde o filho, acaba criando a filha de sua grande inimiga e depois vê Lara (Mariana Ximenes) e Flora se reaproximarem quando Flora sai da prisão.
Depois, ainda tem que lutar para provar à sua inocência porque a Flora e o Silveirinha (Ary Fontoura) armam de tudo contra ela. Ao mesmo tempo que a vida a endureceu, a Donatela tem um lugar de muito amor, de muita compaixão, como dá para ver na relação dela com a Lara e depois com o Halley (Cauã Reymond). Ela tem uma doçura e uma inocência em alguns aspectos. Isso é muito legal porque traz uma humanidade grande para personagem.
Como foi a parceria com a Patrícia Pillar, Mariana Ximenes e com outros atores com quem mais contracenou?
Foi em A Favorita que eu ganhei a Mariana Ximenes como filha. A gente criou e cultivou ali uma relação de amor que há 14 anos, e que a cada dia fica mais forte. Foi ali que a gente se encontrou, se apaixonou e desenvolveu essa relação de mãe e filha.
Na época, a gente gravava tantas cenas por dia que, às vezes, ela dormia lá em casa porque a gravação acabava muito tarde. Murilo Benício, Ary Fontoura, Cauã, Glória Menezes, Tarcisão (Tarcísio Meira)… Foram grandes parceiros de cena e de vida.
O elenco dessa novela é incrível! Não é à toa que rendeu cenas icônicas, como a da reviravolta principal da história, com Flora se assumindo a vilã e Donatela a mocinha. Ary Fontoura estava impecável como Silveirinha. Era muito palpável o ódio que ele sentia pela Donatela. O embate entre eles também foi uma cena muito forte.
O que mais te marcou neste trabalho e de que forma essa novela foi importante para sua carreira?
A maneira como as duas protagonistas foram desenvolvidas. Quando soube que João Emanuel Carneiro queria fazer aquilo no meio da novela, eu fiquei: “será que vai dar certo?”. Porque ninguém nunca tinha feito aquilo. E deu muito certo. A história não perdeu o fôlego.
Essa novela foi importante porque foi mais uma oportunidade de mostrar meu lado mais dramático, além de me lembrar que vale a pena correr atrás do que a gente acredita. Eu recebi o convite do João Emanuel para interpretar a Donatela depois de ele ter me visto em “Engraçadinha”. Essa foi uma personagem que eu lutei muito para fazer.
Quais as principais lembranças dos bastidores? Alguma curiosidade em especial?
Acho que uma curiosidade era que nem tudo que ia ao ar já estava planejado no roteiro daquela forma. O cuspe do Silveirinha na Donatela foi algo do momento que fez sentido e entrou no corte final, foi ao ar. Ter essa possibilidade de participar da criação é muito legal. Ter esse entendimento da equipe e da direção de que algo na hora do ‘gravando’ pode fugir do que está no roteiro, mas deixará a cena ainda melhor.
Qual a cena envolvendo a sua personagem ficou mais marcada na memória?
Nossa, são tantas. A cena da revelação, sem dúvida. Aquele momento delas no carro e depois se enfrentando. As cenas cantando “Beijinho Doce”, que o público ama. Até hoje a música é sinônimo de Flora e Donatela (risos).
Pretende rever a novela? Gosta de assistir trabalhos antigos?
Eu adoro assistir trabalhos antigos. Amo ver as novelas que já fiz. Revejo muito no Globoplay. Aliás, quando A Favorita entrou no catálogo, assisti à novela toda, era programação da família. Víamos juntos. Agora não vou conseguir com tanta regularidade porque no horário da tarde estou no trabalho. Mas quando der, quero ver sim. Eu me divirto muito revendo, lembrando dos meus trabalhos.
Quais são seus projetos para este ano?
Agora estou terminando a turnê de Conserto para Dois, O Musical. Vamos encerrar no Rio de Janeiro, na capital. Depois, já emendamos na preparação para o musical sobre a Tarsila do Amaral, que deve entrar em cartaz mais para o final do ano. Já estamos na fase de audições. Tenho projetos no cinema, mas ainda não posso contar.
O carioca Márcio Gomes é apaixonado pelo jornalismo, tanto que o escolheu como profissão. Passou por diversas redações, já foi correspondente estrangeiro dos títulos da Editora Impala de Portugal como Nova Gente, Focus, Boa Forma, e editor na revista de BORDO. Escreveu para várias publicações como Elle, Capricho, Manchete, Desfile, Todateen, Shape, Seleções, Agência Estado/Estadão, O Fuxico, UOL, entre outros.