Comitê feminista afasta advogada que defende Neymar em suposto caso de estupro

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Advogada de Neymar em suposto caso de estupro, Maíra Fernandes foi afastada de organização feminista (Imagens: Reprodução / Facebook – Instagram)

O Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM) anunciou, em comunicado divulgado nesta quinta-feira (6), o afastamento de Maíra Fernandes, advogada que assumiu recentemente a defesa do jogador Neymar Jr. no caso que apura as acusações de agressão e estupro feitas pela modelo Najila Trindade.

Sendo o CLADEM uma organização composta por advogadas feministas, com mais de três décadas de atuação ética em defesa dos direitos das mulheres e, por consequência, de luta contra a violência simbólica que se expressa dentro e fora do sistema de justiça criminal em casos a envolver violência contra as mulheres, em especial quando o debate público versa sobre o estupro, comunica que a advogada Maíra Fernandes, recentemente contratada para a defesa do jogador Neymar Jr., conforme tomamos conhecimento via imprensa, já não mais pertence a nossa organização“, afirmou em comunicado.

Em sua defesa, Maíra publicou um texto nas redes sociais no qual explica o motivo pelo qual aceitou defender o craque. “Fui procurada para defender o jogador Neymar Jr., por dois advogados que muito admiro e que sempre foram muito próximos da causa feminista, Davi Tangerino e Salo de Carvalho. Pedi para analisar os autos e me convenci, absolutamente, de que se trata de uma falsa acusação de estupro“, justificou.

A profissional de Direto alegou acreditar na inocência do atleta. “O que vi me deixou em tudo confortável para exercer a defesa do cliente, por compreender que uma acusação criminal injusta destrói a vida de uma pessoa e por entender que uma falsa acusação de estupro não ajuda a causa feminista. Uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no país. Um registro falso de estupro não contribui em nada para diminuir ou combater esse crime. Espero poder, ao lado dos demais colegas, contribuir para provar a inocência de um rapaz que, famoso ou não, não cometeu o crime imputado a ele“.

A minha trajetória como feminista, ativista de direitos humanos e advogada criminal é longa e conhecida. Sempre me pautei pela defesa da verdade e sempre fui fiel a valores e preceitos éticos, tanto em minha militância, quanto em minha atuação profissional. Nesse episódio, me mantenho reta nessa direção e estou tranquila por defender a justiça e a verdade“, concluiu Maíra.

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