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Juliana Paes e Deborah Secco em cena de “Celebridade”
Em agosto de 2016, as emissoras de TV foram surpreendidas com a derrubada da obrigatoriedade da Classificação Indicativa imposta pelo Ministério da Justiça. O Supremo Tribunal Federal considerou a prática ilegal.
Com a alteração, programas recomendados para maiores de 16 anos, por exemplo, agora podem ser exibidos a qualquer hora do dia, apenas com um selo de recomendação etária.
A Globo foi a primeira a se dar conta dos benefícios da nova regra. Depois de mais de uma década dando preferência a produções das 18h e das 19h para serem reapresentadas no “Vale a Pena Ver de Novo”, o canal carioca não perdeu tempo e escalou a “proibidona” “Celebridade” para substituir a segunda reprise de “Senhora do Destino” em suas tardes.
Confira outros títulos que não poderiam – mas agora podem! – retornar ao ar em breve na TV aberta.
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Maior sucesso dos últimos anos, “Avenida Brasil” poderá ser exibida sem cortes
“Avenida Brasil” (2012)
O fenômeno de João Emanuel Carneiro seria impensável na grade vespertina da “vênus platinada” antes da mudança da Lei, ao menos sem cortes grotescos em sua edição. Agressão verbal e física, cenas de violência, narração detalhada de crimes e consumo de drogas lícitas, presentes na história, só poderiam ser exibidos após às 20h. A cena de assassinato do Max (Marcello Novaes), por exemplo, não iria ao ar de forma explícita. Com a mudança da Lei, já podemos torcer pela volta do embate antológico entre Nina (Débora Falabella) e Carminha (Adriana Esteves).
[/nextpage][nextpage title=”PODER PARALELO”]VEJA TAMBÉM: Viva disputa com a Globo a reprise de “Avenida Brasil”
“Poder Paralelo” (2008)
Repleta de cenas que indicavam consumo de drogas ilícitas, sexo, brigas conjugais e muita violência, “Poder Paralelo” foi classificada pelo autor Lauro César Muniz como uma novela adulta, “sem tramas fantasiosas”. O protagonista da história, Tony Castellamare (Gabriel Braga Nunes), que era um dos integrantes da máfia, protagonizou diversas cenas polêmicas, entre elas a que ele espancava Rudi (Petrônio Gontijo), deixando o irmão em uma cadeira de rodas. A produção sofreu forte resistência até mesmo na Record, que considerou a história pesada demais. No entanto, o folhetim poderia ser reprisado com maior facilidade nos dias atuais.
[/nextpage][nextpage title=”FAVORITA”]VEJA TAMBÉM: Relembre novelas da Record que incomodaram a Globo
“A Favorita” (2008)
Sem a alteração na Lei, “A Favorita” nunca ganharia uma reprise nas tardes da Globo. O motivo é o excesso de cenas de violência, que com cortes na edição deixariam a trama incompreensível. Mortes com requintes de crueldade e sadismo, como a dos personagens de Gonçalo (Mauro Mendonça) e Dodi (Murilo Benício), seriam impensáveis na faixa. Além disso, a trama abordou a violência contra a mulher, através da personagem Catarina (Lilia Cabral).
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Novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares teve cenas de violência e sexo
“Paraíso Tropical” (2007)
Outra novela que sofreria cortes absurdos no “Vale a Pena Ver De Novo” seria “Paraíso Tropical”. O assassinato de Taís (Alessandra Negrini), um dos momentos mais importantes da história, receberia várias cortes. Além disso, as cenas politicamente incorretas do casal bandido da trama, Olavo (Wagner Moura) e Bebel (Camila Pitanga), seriam parcialmente vetadas. Com a liberação, teremos a oportunidade de assistir uma novela de “catiguria”.
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Violenta, novela da Record teve que ser reprisada pela primeira vez no fim de noite
“Vidas Opostas” (2006)
Um dos maiores sucessos da dramaturgia da Record, “Vidas Opostas” retratou o Rio de Janeiro sem o glamour que estamos acostumados a ver em outras produções. A trama de Marcílio Moraes foi recheada de cenas de violência e uso de drogas ilícitas, e em sua primeira semana de exibição teve sua classificação indicativa alterada de 12 para 14 anos. Em 2012, a Record exibiu uma reprise da trama às 23h, mas não obteve a audiência esperada. Apenas este fato atrapalharia um novo repeteco nas tardes da emissora.
[/nextpage][nextpage title=”america”]VEJA TAMBÉM: Relembre as novelas que abordaram o universo das favelas
“América” (2005)
Você já deve ter se perguntado o porquê de “América” nunca ter sido reprisada na Globo. A trama de Glória Perez fez sucesso na época e é um dos repetecos mais pedidos do público, mas a Classificação Indicativa seria o maior problema para uma reexibição. A trama teve cenas de nudez e, além disso, abordou a Experiência de Quase Morte vivida pelo personagem Tião (Murilo Benício). As sequências seriam muito fortes para a faixa da tarde. Muitos críticos de TV, no entanto, acreditam que a polêmica travessia ilegal de Sol (Deborah Secco) aos Estados Unidos seria o maior veto ao “Vale a Pena Ver de Novo”.
[/nextpage][nextpage title=”porto”]VEJA TAMBÉM: Relembre “América”, novela que precisou ser relançada após fracassar
“Porto dos Milagres” (2001)
Em 2005, a Globo tentou reprisar pela primeira vez “Porto dos Milagres” e enviou capítulos editados ao Ministério da Justiça, mas a trama de Aguinaldo Silva foi barrada pelo órgão, que alegou que o material continha “linguagem degradante e violência” e “cenas de relação íntima”, não podendo ser exibida antes das 20h. Tempo depois, a Globo editou mais uma vez o folhetim, cortando ainda mais cenas consideradas impróprias, e enviou ao MJ, mas a decisão de veto foi a mesma. Com a liberação, “Porto dos Milagres” pode entrar na fila do “Vale a Pena Ver de Novo” em breve.
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Adulta, “Amor e Ódio” foi repleta de cenas de sexo, banhos de rio e traições
“Amor e Ódio” (2001)
Classificada nos anos 2000 como imprópria para menores de 14 anos, por conter cenas de “tensão, violência e conflitos”, “Amor e Ódio” nunca ganhou uma reexibição no SBT. Com uma excelente média de 16 pontos, mesmo enfrentando “O Clone”, da Globo, a trama contou com diversos atores de peso em seu elenco, como Suzy Rêgo, Daniel Boaventura, Jonas Mello, Genézio de Barros e Gésio Amadeu. Em 2006, a emissora de Silvio Santos cogitou reprisar o folhetim como substituta de “Rebelde”, mas esbarrou mais uma vez na Classificação. A trama está na lista das novelas mais pedidas pelos telespectadores do SBT.
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Excesso de violência tornou “A Próxima Vítima” uma novela proibida no “Vale a Pena Ver de Novo”
“A Próxima Vítima” (1995)
Reexibida no “Vale a Pena Ver de Novo” em 2000, “A Próxima Vítima” sofreu com gigantescos cortes em sua edição, comprometendo toda a sua história central. A trama de Silvio de Abreu foi compactada em apenas 110 capítulos, 93 a menos que sua exibição original. Na faixa das 14h, a Globo foi obrigada a revelar os assassinatos de forma implícita, diferente de como foi ar originalmente. Nos dias atuais, no entanto, o folhetim não sofreria com tantos cortes.
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“Vale Tudo” (1988)
Marco na história da dramaturgia nacional – e recentemente reprisada pelo Viva -, “Vale Tudo” é outro exemplo de que sofreria com as limitações impostas pela antiga classificação indicativa. A trama de Gilberto Braga e Aguinaldo Silva discutiu sobre corrupção e o “jeitinho brasileiro” e não abriu mão de cenas polêmicas. Hoje em dia, com a “fiscalização” mais flexível, talvez até mesmo o assassinato misterioso de Odete Roitman (Beatriz Segall) pudesse ser exibido sem tantos cortes.
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Daniel Ribeiro cobre televisão desde 2010. No RD1, ao longo de três passagens, já foi repórter e colunista. Especializado em fotografia, retorna ao site para assinar uma coluna que virou referência enquanto esteve à frente, a Curto-Circuito. Pode ser encontrado no Twitter através do @danielmiede ou no [email protected].