Durante a edição desta quarta-feira (15) do Brasil Urgente, José Luiz Datena aproveitou uma brecha para criticar a matéria do jornal Folha de S. Paulo que afirmou que Band, Record e SBT estão entre os canais que mais receberam verbas publicitárias do Governo Federal em 2019.
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A publicação trouxe à tona o fato de Record e Band serem clientes da empresa do chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Fabio Wajngarten. Uma investigação será feita a fim de descobrir se distribuição das verbas oficiais por critérios políticos, de forma a favorecer TVs alinhadas com o governo.
Após a participação do jornalista Sérgio Amaral, direto de Brasília, que falou sobre o adiamento da implementação da regra de juiz de garantias, Datena, em tom irritado, tomou a palavra e deu o recado ao vivo.
“Já que nós estamos falando de Brasília, pra quem tá falando muita caca por aí (sic), só queria dizer o seguinte: a Band e esse programa aqui, e por consequência a Band, estão entre os programas que menos recebem dinheiro do Governo Federal. Mídia técnica”, enfatizou.
O apresentador reiterou várias vezes que a emissora do Morumbi, ao contrário da reportagem, continua recebendo pouca verba do governo. Datena também disse que as informações eram “bobagem”, mesmo sem citar o nome do jornal.
“Antes de falar bobagem, chequem direito para vocês verem para onde está indo a verba do Governo Federal, que é mídia técnica, não é? E aqui a mídia técnica é muito menor do que em outras emissoras, disparadamente menor que outras emissoras. Só para deixar bem claro”, finalizou.
Cabe lembrar que Datena é um dos poucos jornalistas que conseguiram uma entrevista exclusiva com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), desde que ele assumiu a presidência da República. Além dele, Ratinho e os jornalísticos da Record, programas das emissoras citadas na reportagem, foram contemplados.
Procurada pelo RD1, a Band informou o seguinte: “A empresa FW Comunicação e Marketing, especializada em Controle da Concorrência, presta serviços ao mercado de comunicação há anos. A Bandeirantes tem contrato desde 17 de dezembro de 2004. Os recursos de publicidade do Governo Federal destinados à Band em 2019 foram menores do que os recursos destinados em 2018”.
TCU investigará repasse de verbas publicitárias do Governo Bolsonaro
O Ministério Público de Contas, atuante perante ao Tribunal de Contas da União (TCU), apresentará na sexta-feira (12) uma representação obrigando que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) distribua as verbas de publicidade do governo federal com base em critérios técnicos.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a decisão foi motivada após a publicação da reportagem apontando que o chefe da Secom, Fabio Wajngarten, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), recebe repasses de emissoras de TV e agências de publicidade, contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais, por meio de uma empresa da qual é dono.
Feita pelo procurador Lucas Rocha Furtado, a representação vai requerer ao TCU uma medida cautelar, de cumprimento imediato, para que os repasses às emissoras de TV sejam igualitários. Isso não vem ocorrendo e tampouco tem seguido critérios de audiência, uma vez que em 2019, a Globo, canal mais assistido, recebeu menos verba que Record e SBT.
Além disso, o TCU também investigará uma possível distribuição das verbas oficiais por critérios políticos, de forma a favorecer TVs alinhadas com o governo. Desde que assumiu a pasta, com exceção da Globo, os outros canais passaram a ter preferência por Bolsonaro para dar entrevistas.
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