A divulgação das mensagens trocadas entre acusadores e magistrados da Lava Jato tem rendido assunto em Brasília, mas também em outros setores da sociedade longe da política. O cineasta José Padilha, por exemplo, comentou o assunto e disse que sua visão sobre a operação mudou.
Em entrevista à BBC News Brasil, o artista contou que teria retratado o atual ministro Sergio Moro de forma diferente em “O Mecanismo”, série da Netflix, que é inspirada nas investigações contra a corrupção.
Na conversa, Padilha diz que “cometeu um erro de julgamento” sobre Moro, já que chegou a chamá-lo de “samurai ronin”, em alusão elogiosa, de acordo com suas próprias palavras, à “independência política que balizava sua conduta”.
O cineasta, no entanto, falou que sua visão sobre o ex-presidente Lula e outros políticos investigados pela operação não foram modificadas. “Considero o ex-presidente Lula um picareta. Qualquer pessoa razoável não consegue fingir que Lula é honesto”, disparou.
José Padilha volta a criticar Sérgio Moro e Ratinho se irrita
O diretor José Padilha voltou a criticar o Ministro da Justiça e Segurança Sergio Moro. O cineasta disse durante a cerimônia de lançamento da nova temporada de “O Mecanismo”, série que retrata a Operação Lava-Jato, que o ex-agente da Polícia Federal se tornou uma “moeda de troca” do governo Bolsonaro.
“Agora, eu não sei quem mais é o Moro. Eu vejo duas possibilidades: ele não olhou direito onde estava entrando e, como o Fernando Henrique, é muito vaidoso. Não se deu ao trabalho de olhar o histórico dos Bolsonaros”.
Padilha continuou comparando a família Bolsonaro como uma quadrilha. “Os Bolsonaros têm relações com a esgotosfera do crime organizado carioca. Ele é de Curitiba, talvez não saiba. A outra possibilidade é que ele sabia o que estava fazendo e ele fez. Aí o Moro é totalmente diferente de quem eu penso”, completou.
