Em artigo, William Waack volta a dizer que não é racista: “Tenho como prova a minha obra”
Waack voltou a dizer que não é racista e justificou a repercussão do vídeo vazado
Em um artigo publicado no jornal “Folha de S. Paulo” neste domingo (14), o jornalista William Waack falou sobre a polêmica que acabou resultando em sua demissão da Globo no fim de 2017.
Em um longo texto, Waack reafirma diversas vezes que não é racista, e que na verdade, o que aconteceu no vídeo vazado por um ex-editor de imagens do canal carioca não passou de um “momento particular”.
“Desculpem-me pela ofensa; não era minha intenção ofender qualquer pessoa, e aqui estendo sinceramente minha mão”, justifica o profissional, que continua narrando que, ao longo de sua carreira, combateu o racismo em suas várias vertentes, e cita até a ex-colega de emissora, Glória Maria.
“Autorizado por ela, faço aqui uso das palavras da jornalista Glória Maria, que foi bastante perseguida por intolerantes em redes sociais por ter dito em público: “Convivi com o William a vida inteira, e ele não é racista. Aquilo foi piada de português’ ”, disse.
Afastado do vídeo desde 8 de novembro, e demitido pouco antes do último Natal, William justifica os desdobramentos da confusão como um fenômeno da “revolução digital”, onde a “mídia tradicional” acaba sendo atacada por grupos organizados nas redes sociais.
“Estes se mobilizam para contestar o papel até então inquestionável dos grupos de comunicação: guardiães dos “fatos objetivos”, da “verdade dos fatos” (…) Na verdade, é a credibilidade desses guardiães que está sob crescente suspeita”, afirma.
Waack também diz que os 21 anos em que atuou como correspondente fora do Brasil o fez notar que não há “povo tão irreverente e brincalhão como o brasileiro”, que “canalhas do linchamento” querem fazer com que a população saia desta “parte do nosso caráter nacional”. E finaliza admitindo que piadas podem refletir um histórico de discriminação e exclusão, mas que isso não é suficiente para tonar como um pensamento verdadeiramente racista.
“Tenho 48 anos de profissão. Não haverá gritaria organizada e oportunismo covarde capazes de mudar essa história: não sou racista. Tenho como prova a minha obra, os meus frutos. Eles são a minha verdade e a verdade do que produzi até aqui”, finaliza.
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