O “Conversa com Bial” da última quarta-feira (3) reverenciou o humorístico “TV Pirata”, que completou 30 anos em abril. Além de receber integrantes do elenco – Claudia Raia, Diogo Vilela e Ney Latorraca –, o talk-show de Pedro Bial exibiu uma entrevista com Claudio Paiva, redator-chefe da atração. Paiva, que também respondeu por projetos como “Sai de Baixo” (1996) e “Tapas & Beijos” (2011), relembrou, dentre outros episódios, a desavença com Chico Anysio, então a estrela do humor na casa.
“Eles convidaram o Chico para ir a uma reunião onde apresentamos e para ele escutar e dar palpite. Era o grande nome do humor na emissora. Ele tinha o estilo e técnica dele e nós éramos jovens arrogantes, ‘a gente não precisa de Chico Anysio para porra nenhuma’. Evidentemente essa pororoca não deu certo, acabou em conflito. Tivemos uma briga pública horrível, mas fiquei quieto na época porque tinha um respeito enorme por ele”, afirmou Claudio.
“Na época os programas do Jô [Soares] , do Chico, tinham claque. Ali a gente foi para outra linguagem. Trabalhávamos com o seguinte: vamos contar uma coisa muito absurda a você, mas de maneira muito séria. É um humor cínico. Estou te contando um absurdo e eu não tenho a claque para te avisar que você pode rir”, relatou Paiva a respeito do formato, contraponto aos clássicos “Viva o Gordo” (1981) e “Chico Anysio Show” (1982).
Desenvolvido por nomes como Luiz Fernando Veríssimo e Miguel Falabella e pelos integrantes do “Casseta & Planeta”, justamente para substituir Jô Soares, o “TV Pirata” pode ser considerado embrião do “Tá no Ar: a TV na TV”, elogiado por Claudio Paiva: “Adoro o ‘Tá no Ar’, é maravilhoso. Eles conseguiram inovar, fazer um negócio novo. E eles ralaram. Para botar aquele material no ar é uma ralação. Enfrentaram muito do que a gente enfrentou lá atrás”.
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