Intérprete de Violeta em Além da Ilusão, Malu Galli carrega algumas das características de seu papel no folhetim na vida. Em entrevista à Patrícia Kogut, do jornal O Globo, a atriz analisou sobre o machismo que a personagem enfrenta e refletiu:
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“A novela se passa nos anos 1940, quando a mulher tinha acabado de ganhar o direito ao voto, e faz muitas analogias aos dias de hoje. Uma delas é a questão da Violeta como líder de uma empresa. Tantos anos depois, as mulheres ainda enfrentam desconfianças no mundo corporativo. Existe diversas outras questões que ainda enfrentamos”.
“O que acontece é que hoje está sendo mais discutido. E nos unimos, temos a sororidade, o feminismo… O nosso objetivo é ter a igualdade de direitos entre os gêneros. Não queremos nada a mais”, completou.
Apesar dos avanços, no entanto, Malu revelou que se sente triste em relação à geração mais nova:
“Eu era criança numa época de ditadura, mas mesmo assim a gente tinha mais esperança de que as coisas fossem melhorar. Eu era muito sonhadora. Hoje, estamos com uma perspectiva de futuro muito ruim. Mas eu ainda acredito no poder de mudança dos mais jovens. Essa é uma força importante”.
Malu Galli desabafa sobre religião e faz revelação
Malu Galli abriu o coração ao relembrar momentos importantes em sua vida. A atriz revelou recentemente ao jornal O Globo ter se encontrado há sete anos, quando conheceu o candomblé:
“Tem uma hierarquia bonita porque o mais velho é o mais valorizado, seja o de idade ou o de tempo de santo. Lá, sou uma criança. Nunca olho para uma preta velha na mesma altura, tenho que estar sempre olhando de baixo para cima. É um ensinamento filosófico importante. E é uma pena que a nossa sociedade ocidental não dê valor ao tempo”.
“Sou de uma família católica, estudei em colégio de padre, mas nunca fui religiosa. Até porque me traumatizei (rindo)“, disparou ela, que estudou em um colégio de padres durante a infância.
“Em plena ditadura, era a única filha de pais separados da minha série, que tinha oito turmas de 40 e tantos alunos. E eu era levada, rebelde. Sempre dava merda, e eu era chamada na coordenação e escutava que era problemática por ser filha de pais separados“, recordou, revelando: “Me droguei muito na adolescência, gostava do estado alterado de percepção“.
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