Vítima de racismo no meio do show business e na vida como um todo, Erika Januza abriu o seu coração para falar sobre o assunto. Em conversa com a coluna de Fábia Oliveira, do jornal O Dia, a atriz foi primeiramente questionada sobre o que está achando desse movimento antirracista que tomou força nas últimas semanas.
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“É um misto de sentimentos. Um de tristeza, por ver que é preciso perdermos vidas nesse processo. A conscientização poderia vir sem mortes. Por outro lado, ver que tantas pessoas estão lutando, não estão se calando… Isso preenche o coração de uma forma muito potente“, afirmou a global.
“Acabou o tempo em que negros tinham que abaixar suas cabeças, o tempo em que estávamos aqui para servir… Não existe mais isso. Exigimos respeito! Exigimos igualdade. Quem diz que o racismo não existe é porque nunca foi olhado de forma torta dentro de uma loja ou nunca sofreu uma ofensa pela cor da sua pele. Racismo existe. E ele é covarde e cruel“, lamentou.
Sobre as situações que já viveu, a Marina de Amor de Mãe contou: “Eu já tive vários (casos). E nos dias de hoje, por fazer televisão, ele é mais sútil, mas ainda existe. E o racismo se apresenta de tantas formas em nossas vidas… De formas agressivas, como um xingamento ou comentário mais pesado, ou numa atitude“.
“Já tive namorado, por exemplo, que dizia me amar, mas só ficava comigo dentro de casa. Eu não servia para andar na rua de mãos dadas com ele. Pois é… Triste, mas eu já passei por isso. Hoje, mais madura e consciente, nunca aceitaria algo assim. Já ouvi que nunca estaria em capa de revista porque negro não vende. Essa para mim foi bem marcante. Oi? Negro não vende? Já fui xingada no trânsito, de forma pejorativa quando viram que era uma negra no volante. Olha, posso falar casos e mais casos. O racismo é uma realidade no Brasil e ele nos fere e nos mata diariamente”, relatou.
Quando questionada sobre a diversidade na TV, Erika Januza foi sincera: “Não tenho muito o que achar sobre isso, é apenas uma questão de olhar e constatar, porque é real! Ainda somos uma minoria! Eu tive muita sorte nos meus trabalhos, porque pude fazer papéis que mostravam o negro em outro lugar. Fiz uma juíza (em ‘O Outro Lado do Paraíso’), que me deu muito orgulho, porque nós, negros, somos juízes, médicos, professores, doutores… Fico feliz de ver essa evolução já na tela“.
“Nada contra interpretar uma empregada doméstica, porque é um trabalho honroso como qualquer outro, mas não dá para ver o negro sempre sendo representado nesse local. Ou como o bandido da história. Faltam mocinhas e mocinhos negros. Conta na sua mão as mocinhas/protagonistas negras no horário nobre… Você consegue usar todos os dedos da sua mão? Acho que isso já responde a sua pergunta!“, completou.
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