Quando Adrilles Jorge foi o 12° eliminado do BBB15, sua trajetória de volta ao anonimato parecia estar prestes a ser consolidada.
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Afinal, poucos ex-BBBs conseguem manter algum grau de fama nos anos subsequentes à sua participação no reality, e os que o fazem costumam atuar como modelo, príncipe de festas de debutante, digital influencer, coach motivacional ou, no máximo, deputado federal a serviço de ideologias autoritárias e obscuras.
Adrilles, no entanto, conseguiu o raro feito de ser a exceção que comprova a regra.
Nos últimos meses, sua atuação como comentarista do Morning Show, programa da Jovem Pan transmitido pelo rádio, mas amplamente multiplicado pela internet, não pode ser classificada com adjetivos inferiores a “implacável”, “de suma importância” e até mesmo “genial”.
É impossível – ao menos para aqueles que colocam a verdade acima do panfletarismo – não admirar-se com a coerência, embasamento e precisão cirúrgica que habitam os comentários do ex-BBB sobre os mais diversos assuntos, de Política à Filosofia, passando até mesmo por Cinema e Comportamento.
Mesclando a fluidez de um poeta competente com a objetividade de um jornalista intelectualmente honesto, Adrilles tem conquistado um público cada vez mais fiel.
Eis alguns dados curiosos: o canal oficial do Morning Show no YouTube mostra que os vídeos com Adrilles são os mais assistidos e chegam a ter um número de views 700% superior aos vídeos nos quais ele não aparece.
Algumas das análises proferidas pelo brother foram assistidas mais de 400 mil vezes, o que significa que, nestes vídeos, Adrilles chegou a ter mais espectadores do que algumas edições do Conversa com Bial, por exemplo. Mais uma prova do poder de fogo das mídias sociais e do crescimento de analistas que não atuam sequer nos subúrbios do Projaquistão.
Não será espantoso se, em breve, Adrilles trilhar o mesmo caminho protagonizado por Caio Coppolla, seu antecessor no Morning Show, já contratado pela CNN Brasil.
A pecha de “ex-BBB” – propositalmente utilizada no título deste artigo – em nada depõe contra seu trabalho. Ao contrário. Ela prova quão acessível é a verdadeira intelectualidade a todos aqueles que estiverem dispostos a buscá-la.
Se antes a verdade era um hardware de propriedade dos “especialistas”, hoje ela é um software que funciona perfeitamente bem em todas as esferas. Se no BBB, a voz do Bial era a de Deus, no mundo real, vozes como a de Adrilles são, cada vez mais, reconhecidas como a do povo.
Que ele, ainda que rodeado por um deserto de ideias, não tenha medo de continuar a inundar seus ouvintes com doses cavalares de bom senso e sensatez.
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