Martha Esteves, jornalista, trabalhou na Globo nos anos 90 e relembrou em seu perfil no Twitter o sacrifício que fez pela profissão para mostrar em detalhes um médico acusado de abusar das suas pacientes.
- Veja Também: Eduardo Costa chama a namorada de gorda e é detonado
A matéria foi exibida pelo “Fantástico” há 23 anos no quadro “Profissão Repórter”, hoje programa solo. “Fiz matéria para o quadro ‘Profissão Repórter’ para o ‘Fantástico’, em 1995. Denúncia contra um ortopedista que abusava das mulheres. Fui duas vezes ao PAM em que trabalhava com câmera escondida. Me fiz passar por paciente e aproveitei um problema que tinha no joelho, que operei depois”, contou.
Martha disse que o médico a mandou tirar toda a roupa, apesar de se tratar de um ortopedista. “De cara, ele mandou eu tirar toda a roupa. Negociei e fiquei de calcinha (grande e feia, fiz questão) e sutiã com roupão aberto. Ele praticamente me pôs em seu colo, puxando meu quadril. Questionei seu método e explicou que era pra ver minha coluna. Eu: meu problema é o joelho”, relembrou.
Após o ocorrido, Esteves viu a gravação com os colegas da emissora. “Vendo o vídeo na redação percebemos o quanto eram revoltantes as imagens, poderia desistir, mas decidi ir em frente porque pensava nas mulheres que se sentiam inferiores e incapazes de lutar contra o abuso do poder desse médico”, destacou.
“A matéria foi ao ar (maior audiência até aquele ano), ele foi afastado, mas não punido. Processou a TV Globo e a vários jornais que repercutiram. Mesmo meu rosto não aparecendo, ouvi de gente nas ruas e feiras: ‘é piranha, modelo contratada que depois vai sair na playboy etc'”, desabafou.
Impressionando o público, ela disse que o médico ainda ganhou um dos processos. “Ele ganhou o processo contra o jornal que o chamou de tarado na manchete. Eu fiquei frente a frente com ele no tribunal. E o advogado do safado: ela foi de calcinha provocante (quase uma tenda de circo bege), voltou porque gostou etc. Mesmo com imagens, fui desqualificada”, lamentou.
Em seguida, a jornalista fez um desabafo sobre a ideia que a sociedade tem sobre a recusa das mulheres em fazer denúncias do tipo. “Falei um monte. Resumo: sendo jornalista, representando a Globo, ainda fui tratada assim. Vocês acham que mulheres humildes seriam tratadas como? Denunciar assédio e abuso é muito mais difícil do que parece. E a mulher sempre tem culpa, né? Força a todas que foram vítima de abuso”.
Fiz matéria pro quadro Profissão Repórter para o Fantástico em 1995. Denúncia contra um ortopedista que abusava das mulheres. Fui duas vezes ao PAM em que trabalhava com câmera escondida. Me fiz passar por paciente e aproveitei um problema que tinha no joelho, que operei depois.
— martha esteves (@marthaesteves) 19 de dezembro de 2018
De cara ele mandou eu tirar TODA A ROUPA. Negociei e fiquei de calcinha (grande e feia, fiz questão) e sutiã com roupão aberto. Ele praticamente me pôs em seu colo, puxando meu quadril. Questionei seu método e explicou que era pra ver minha coluna. Eu: meu problema é o joelho
— martha esteves (@marthaesteves) 19 de dezembro de 2018
Vendo o vídeo na redação percebemos o quanto eram revoltantes as imagens, poderia desistir, mas decidi ir em frente porque pensava nas mulheres que se sentiam inferiores e incapazes de lutar contra o abuso do poder desse médico.
— martha esteves (@marthaesteves) 19 de dezembro de 2018
A matéria foi ao ar (maior audiência até aquele ano), ele foi afastado, mas não punido. Processou a TV Globo e a vários jornais que repercutiram. Mesmo meu rosto não aparecendo, ouvi de gente nas ruas e feiras: é piranha, modelo contratada q depois vai sair na playboy etc.
— martha esteves (@marthaesteves) 19 de dezembro de 2018
Ele ganhou o processo contra o jornal que o chamou de tarado na manchete. Eu fiquei frente a frente com ele no tribunal. E o advogado do safado: ela foi de calcinha provocante (quase uma tenda de circo bege), voltou porque gostou etc. Mesmo com imagens, fui desqualificada.
— martha esteves (@marthaesteves) 19 de dezembro de 2018
Falei um monte. Resumo: sendo jornalista, representando a Globo, ainda fui tratada assim. Vcs acham que mulheres humildes seriam tratadas como? Denunciar assédio e abuso é muito mais difícil do que parece. E a mulher sempre tem culpa, né? Força a todas que foram vítima de abuso,
— martha esteves (@marthaesteves) 19 de dezembro de 2018
“Repórter gato” posta foto com padre Fábio de Melo e causa polêmica
Daniel Adjuto, jornalista do SBT, deu o que falar ao compartilhar um clique que fez com o padre Fábio de Melo. Na selfie, o repórter, que aparece ao lado do religioso, escreveu na legenda um trecho bíblico.
“É bíblico. Nossa cruz nunca será mais pesada do que aguentamos carregar. Caímos? Sim. Levantamos? Com esforço, também. A nossa força nem sempre vem de nós mesmos. É como musculação, só que da alma. O exercício diário são a oração, o bate-papo com Deus, o terço e até aquele chororô pra Nossa Senhora. Quando você menos espera, a força vem“, começou o jornalista.
“Neste ano, veio por meio desse jovem aí da foto que certamente você conhece. Famoso não só por suas pregações, mas pelos criativos nomes de animaizinhos, pe. Fábio é ser de luz. Podemos até chamá-lo de Luzinaldo! Rs nesta reta final de 2018, meu amigo, só tenho uma coisa a dizer: muito obrigado”, disse Adjuto.
Nos comentários, os seguidores debateram sobre as palavras usadas por Daniel e houve quem discordasse dos trechos “fora de contexto”.
