Famosos vão às redes sociais discutir casos de racismo no Brasil

Famosos criticaram postura racista de Júlio Cocielo (Imagem: Reprodução / Instagram)

Enquanto o mundo está com seus olhos voltados para Copa da Rússia, o Brasil está novamente debatendo o racismo. Nos últimos dias, novos casos de preconceito foram amplamente divulgados no país. Por isso, famosos têm utilizado as redes sociais para discutir o tema e, principalmente, denunciar os acusados.

Entre os casos que mais chamaram atenção na última semana estão o do torcedor mexicano ofendendo um brasileiro ao imitar um macaco, o do youtuber Júlio Cocielo e suas “reflexões” racistas e o da menina que teve seus cabelos alisados contra sua vontade pela madrasta.

“Um torcedor brasileiro é chamado de macaco. Um youtuber faz comentários racistas. Uma menina tem seus cabelos alisados contra sua vontade. Um portal de notícias cria uma manchete racista e sexista. Tudo isso só nas últimas horas. Todo dia a gente precisa combater o racismo”, disparou Taís Araújo, que ainda compartilhou uma mensagem que diz: “Seja antirracista. Seja antirracismo”.

A atriz, cabe lembrar, já sofreu algumas vezes com os comentários preconceituosos em suas redes sociais. Inclusive, após uma denúncia dela, suspeitos foram presos no Rio de Janeiro pelos crimes de racismo e injúria racial.

Mas Taís não está sozinha nos debates do combate contra esse crime. O casal Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank também usou a web para falar das postagens de Cocielo. “Odeio ter que postar coisas tão repugnantes e tristes como essa…mas é necessário! Ainda fico chocada como podem existir pensamentos como desse tipo de pessoa. Isso não é uma brincadeira e nunca foi! Isso é racismo!”, comentou a apresentadora.

No Twitter, o youtuber fez o seguinte comentário sobre o jogador Kylian Mbappé, da seleção de futebol francesa: “Mbappé conseguiria fazer um arrastão top na praia hein”. Após a grande repercussão, ele já perdeu contratos publicitários de empresas.

“Você tem noção do que são 11 milhões e 200 mil pessoas? Eu ajudo. É a população inteira da Bélgica. É um milhão a mais do que a população de Portugal. São 143 Maracanãs lotados. São todas as pessoas que ainda estão apoiando diretamente um influencer assumidamente racista. Temos que cobrar posicionamento das marcas que o patrocinam, é claro. Mas são os outros famosos que ainda o seguem e, principalmente, as pessoas comuns, anônimas, que verdadeiramente me preocupam. Apoiar uma pessoa racista é ser conivente, sim”, escreveu Gagliasso.

A cantora Maria Rita também deu seu recado sobre o comentário do influenciador. “O que mais me choca é a completa incompetência das pessoas perceberem que o pior racismo é justamente esse, que é tão das entranhas da cultura e da sociedade que pode passar por piada; erro; adolescência. A real é que uma sociedade/cultura mais madura sequer considera esse discurso. a igualdade é ação, é natural. não abre brecha pra essa mentalidade historicamente separatista e amedrontada do que é “o outro”. Não é possível que associar um jogador veloz e negro a um ato que apavora cidadãos (o arrastão) não seja considerado racismo. erro? “desculpa”? pode até ser. mas e daqui pra frente? tudo vai ser diferente?”, desabafou.

Maria também falou do caso da madrasta que alisou o cabelo da enteada. “É o que dizem: não basta não ser racista. tem mesmo é que ser radicalmente anti-racista”, comentou.

Confira algumas publicações de famosos como Mariana Xavier, Mariana Godoy, Zezé Motta, Samara Felippo, Maria Rita, Bruno Gagliasso sobre os mais recentes casos de preconceito racial no Brasil.

#Repost @belareis ・・・ Você tem noção do que são 11 milhões e 200 mil pessoas? Eu ajudo. É a população inteira da Bélgica. É um milhão a mais do que a população de Portugal. São 143 Maracanãs lotados. São todas as pessoas que AINDA estão apoiando diretamente um influencer assumidamente racista. Temos que cobrar posicionamento das marcas que o patrocinam, é claro. Mas são os outros famosos que ainda o seguem e, principalmente, as pessoas comuns, anônimas, que verdadeiramente me preocupam. Apoiar uma pessoa racista é ser CONIVENTE, sim. Preconceito não se combate sozinho. VAMOS PRECISAR DE TODO MUNDO. A mensagem precisa ser clara e direta. Num mundo digital em que seguidor significa dinheiro e carreira, a gente precisa entender a importância do BOICOTE. Principal instrumento de revolução de Martin Luther King Jr, nos anos 60, nos Estados Unidos da segregação racial, durante o Movimento dos Direitos Civis. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ As marcas só chegam até essas pessoas porque elas têm audiência, visibilidade, constroem um público que interessa para as empresas atingir. A RESPONSABILIDADE é de todos. Precisamos, é claro, cobrar as marcas mas também precisamos chamar atenção dos outros famosos que seguem/dão like/fazem parceria com essas pessoas racistas, machistas, LGBTfóbicas e gordofóbicas. É obrigação de todos nós CONSTRANGER e vigiar nosso círculo social. Educação antirracista não é somente pra criança, racismo não tem idade. A hora de aprender e ensinar é AGORA. ⠀⠀⠀⠀⠀ Vão lá no perfil (que eu me recuso a marcar aqui), vejam quem dos seus amigos e influenciadores favoritos seguem a pessoa e puxem a orelha de todo mundo. Na internet, seguidor é visibilidade e dinheiro. Não basta só cobrarmos as marcas, até porque daqui a pouco aparecem outras empresas com memória curta. A forma de colocar no ostracismo e minar a popularidade é fazendo quem que essas pessoas percam seu público, a grande propulsora do trabalho delas. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Não é um caso isolado. Não foi o primeiro, não será o último. A gente precisa atuar com quem realmente movimenta essa máquina: a audiência. RACISMO É UM PROBLEMA DE TODOS NÓS.

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Segunda do dia!!! Odeio ter que postar coisas tão repugnantes e tristes como essa…mas é necessário!!! Ainda fico chocada como podem existir pensamentos como desse tipo de pessoa…isso NÃO EH UMA BRINCADEIRA E NUNCA FOI!!! Isso é RACISMO! ? #Repost @sfelippo ・・・ Vamos lá… próximo do dia: Nessa era de youtubers eu já disse aqui o pânico que tenho da influência que nossas crianças e adolescentes sofrem. Esse @cocielo eu nunca segui, talvez por isso nunca chegou a mim os milhares de tweets racistas, machistas, misógenos que ele escreveu. Alimentando o ódio contra as minorias, alimenta preconceito, faz piadas com crianças negras e ainda é “influenciador digital”. Medo, muito medo do nosso caminho pensando nesses “influencers” que sequer conseguem enxergar a sociedade que vivem. O que eu desejo @cocielo é que você, assim como essa era de influenciadores digitais tão queridos, reflitam e exerçam esse dom num lugar de sabedoria e bem ao próximo. Pelo futuro de uma geração. Por uma sociedade mais igualitária, menos homofóbica, racista, machista, intolerante. Nos ajude, vc pode!! Eu tenho esperança. Mas é preciso falar!!! A luta é diária para que isso acabe! ✊? Não é piada!!!!!! Nem “antigamente” era piada!!! Nunca foi e nunca será piada!!

Uma publicação compartilhada por Giovanna Ewbank (@gio_ewbank) em

Invisibilizar é apoiar o racismo! Falemos todos os dias!! ??

Uma publicação compartilhada por Samara Felippo (@sfelippo) em

Já parou pra pensar? #racismo

Uma publicação compartilhada por Z E Z E M O T T A (@zezemotta) em

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Luiz Fábio Almeida
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Luiz Fábio Almeida

Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]