Enquanto o mundo está com seus olhos voltados para Copa da Rússia, o Brasil está novamente debatendo o racismo. Nos últimos dias, novos casos de preconceito foram amplamente divulgados no país. Por isso, famosos têm utilizado as redes sociais para discutir o tema e, principalmente, denunciar os acusados.
Entre os casos que mais chamaram atenção na última semana estão o do torcedor mexicano ofendendo um brasileiro ao imitar um macaco, o do youtuber Júlio Cocielo e suas “reflexões” racistas e o da menina que teve seus cabelos alisados contra sua vontade pela madrasta.
“Um torcedor brasileiro é chamado de macaco. Um youtuber faz comentários racistas. Uma menina tem seus cabelos alisados contra sua vontade. Um portal de notícias cria uma manchete racista e sexista. Tudo isso só nas últimas horas. Todo dia a gente precisa combater o racismo”, disparou Taís Araújo, que ainda compartilhou uma mensagem que diz: “Seja antirracista. Seja antirracismo”.
Um torcedor brasileiro é chamado de macaco. Um YouTuber faz comentários racistas. Uma menina tem seus cabelos alisados contra sua vontade. Um portal de notícias cria uma manchete racista e sexista. Tudo isso só nas últimas horas. Todo dia a gente precisa combater o racismo.
— Taís Araújo (@taisdeverdade) 3 de julho de 2018
A atriz, cabe lembrar, já sofreu algumas vezes com os comentários preconceituosos em suas redes sociais. Inclusive, após uma denúncia dela, suspeitos foram presos no Rio de Janeiro pelos crimes de racismo e injúria racial.
Mas Taís não está sozinha nos debates do combate contra esse crime. O casal Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank também usou a web para falar das postagens de Cocielo. “Odeio ter que postar coisas tão repugnantes e tristes como essa…mas é necessário! Ainda fico chocada como podem existir pensamentos como desse tipo de pessoa. Isso não é uma brincadeira e nunca foi! Isso é racismo!”, comentou a apresentadora.
No Twitter, o youtuber fez o seguinte comentário sobre o jogador Kylian Mbappé, da seleção de futebol francesa: “Mbappé conseguiria fazer um arrastão top na praia hein”. Após a grande repercussão, ele já perdeu contratos publicitários de empresas.
“Você tem noção do que são 11 milhões e 200 mil pessoas? Eu ajudo. É a população inteira da Bélgica. É um milhão a mais do que a população de Portugal. São 143 Maracanãs lotados. São todas as pessoas que ainda estão apoiando diretamente um influencer assumidamente racista. Temos que cobrar posicionamento das marcas que o patrocinam, é claro. Mas são os outros famosos que ainda o seguem e, principalmente, as pessoas comuns, anônimas, que verdadeiramente me preocupam. Apoiar uma pessoa racista é ser conivente, sim”, escreveu Gagliasso.
A cantora Maria Rita também deu seu recado sobre o comentário do influenciador. “O que mais me choca é a completa incompetência das pessoas perceberem que o pior racismo é justamente esse, que é tão das entranhas da cultura e da sociedade que pode passar por piada; erro; adolescência. A real é que uma sociedade/cultura mais madura sequer considera esse discurso. a igualdade é ação, é natural. não abre brecha pra essa mentalidade historicamente separatista e amedrontada do que é “o outro”. Não é possível que associar um jogador veloz e negro a um ato que apavora cidadãos (o arrastão) não seja considerado racismo. erro? “desculpa”? pode até ser. mas e daqui pra frente? tudo vai ser diferente?”, desabafou.
Maria também falou do caso da madrasta que alisou o cabelo da enteada. “É o que dizem: não basta não ser racista. tem mesmo é que ser radicalmente anti-racista”, comentou.
Confira algumas publicações de famosos como Mariana Xavier, Mariana Godoy, Zezé Motta, Samara Felippo, Maria Rita, Bruno Gagliasso sobre os mais recentes casos de preconceito racial no Brasil.
1. sobre o cocielo: o que mais me choca é a completa incompetência das pessoas perceberem que o pior racismo é justamente esse, que é tão das entranhas da cultura e da sociedade que pode passar por piada; erro; adolescência.
— Maria Rita (@MROFICIAL) 4 de julho de 2018
2. a real é que uma sociedade/cultura mais madura sequer considera esse discurso. a igualdade é ação, é natural. não abre brecha pra essa mentalidade historicamente separatista e amendrontada do que é “o outro”.
— Maria Rita (@MROFICIAL) 4 de julho de 2018
3. não é possível que associar um jogador veloz e negro a um ato que apavora cidadãos (o arrastão) não seja considerado racismo. erro? “desculpa”? pode até ser. mas e daqui pra frente? tudo vai ser diferente?
— Maria Rita (@MROFICIAL) 4 de julho de 2018
5. “o mundo ta chato” / “o politicamente correto é chato” — CHATO PRA QUEM? pra quem PRATICA? ou pra quem SENTE?
de novo: o outro do outro é a gente mesmo.
— Maria Rita (@MROFICIAL) 4 de julho de 2018
6. valores são valores. e o que uma pessoa de 17 ou 24 ou 45 anos pensa e fala e pratica é reflexo direto de uma série de coisas — inclusive da ausência de discernimento.
— Maria Rita (@MROFICIAL) 4 de julho de 2018
7. to bem revoltada com os últimos acontecimentos — o da menina que teve os cabelos alisados pela MÁdrasta me abalou profundamente.
é o que dizem: não basta não ser racista. tem mesmo é que ser radicalmente anti-racista.
— Maria Rita (@MROFICIAL) 4 de julho de 2018
Para mim, o mais importante, agora, é cuidar da Bella, que continua linda mas ficou com a estima abalada. #racismo #CafeDas6SP https://t.co/hs9RhZsU6X
— Mariana Godoy (@mariana_godoy) 4 de julho de 2018
Tô vendo a treta que tá rolando com o Cocielo e tenho duas coisas a dizer:
1- Ninguém está livre de ter feito tweets preconceituosos num passado em que certas “piadas” babacas ainda eram “socialmente aceitas”, mas se você twitta preconceito em 2018, corrobora a opinião antiga.— Mariana Xavier (@marixareal) 1 de julho de 2018
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Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]