Jéssica Ellen resolveu abrir o jogo sobre sua intimidade e falou sobre assédio que sofreu durante a infância. Moradora da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, a atriz fez seu relato por meio do Instagram e contou que sofreu por um homem mais velho e que foi defendida pela mãe.
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“Minha mãe, sempre atenta, forte e guerreira, me defendeu, me confirmou que o assédio do velho branco era algo errado. Me livrou do possível pesado da pedofilia, um crime inadmissível“, começou a integrante do elenco de Amor de Mãe.
Jéssica Ellen ainda alertou sobre a necessidade de se conversar com os filhos de forma a denunciar quaisquer abusos sexuais contra crianças. Sobre a temática do assédio, a atriz se posicionou sobre a situação da menina capixaba de 10 anos, estuprada pelo tio desde os seis anos de idade e que engravidou, mas teve o feto abortado conforme decisão judicial.
“Uma criança de 10 anos não é capaz de gerar outra vida”, disse a atriz. Confira o desabafo de Jéssica Ellen na íntegra:
“Quando eu era criança e morava na Rocinha, em frente à nossa casa tinha uma birosca. Essa birosca era frequentada por muitos homens adultos. Entre esses muito homens adultos, tinha um velho branco com mais ou menos uns 70 anos. Quando eu estava com minha mãe ou minha irmã mais velha, ele ficava quieto e não mexia comigo. Sempre que eu estava sozinha na laje, estendendo minha calcinha, ele ficava chamando meu nome. Dizia que eu era muito bonita e que na casa dele tinha muitos doces…
Eu tinha medo dele. E tinha muito nojo também. Não sabia exatamente o porquê. Quando você é criança você sente o incômodo, mas não sabe muito bem dar nome às coisas, né? E o olhar dele me dava nojo. E era sempre assim: quando eu estava com algum adulto, ele era silencioso, quando estava sozinha, ele sempre me abordava.
Eu estendia minha calcinha e descia correndo da laje. Até que um dia contei para minha mãe que o velho ficava falando que eu era bonita (mesmo sendo apenas uma criança). Minha mãe na hora perguntou: ‘O que ele fez? Ele te tocou?’ Eu disse: ‘Não, mãe, ele não me tocou, mas toda hora fica falando que eu sou bonita.’
Minha mãe não mediu esforços para me defender, me assegurar de quem ela era (e é ) por mim. Ela disse: ‘A próxima vez que isso acontecer, não fala nada. Desde da laje e me chamada NA HORA’.
E assim aconteceu. Na próxima abordagem dele, desci e minha mãe subiu na laje como uma leoa. E a birosca que estava cheia de homens enchendo a cara de cachaça, foi ficanco vazia, vazia, e o velho murcho ouvindo todas as palavras de uma senhora búfalo, mulher de Oyá defendendo suas crias. Ah, minha mãe, você é foda. Como é bom ser sua filha.
O que aconteceu com o velho? Eu não sei… Deve ter se mudado, trocado de casa…. Só sei que nunca mais tive o desparazer de olhar na cara dele.
Minha mãe foi (e ainda é) por mim. Minha mãe, sempre atenta, forte e guerreira me defendeu, me confirmou que o ASSÉDIO DO VELHO BRANCO era algo errado. Me livrou do possível pesado da PEDOFILIA, um CRIME INADMISSÍVEL.
Mas, infelizmente, muitas crianças têm suas vidas ceifadas, sua infância roubada e seu corpo invadido por homens tóxicos e criminosos. Hoje já adulta, penso que é fundamental que conversemos com nossas crianças.
Mantenham diálogos de afeto e confiança. Denunciem situações de abuso. Uma criança de 10 anos não é capaz de gerar outra vida. Cuidem dos nosso erês! Infância é para ser o momento mais belo e puro de nossas existências na Terra.”
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