Felipe Neto fez uma análise em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, sobre o uso das redes sociais para a propagação das fake news. Segundo ele, apesar do esforço das empresas para filtrar as informações falsas, é difícil lidar com as mensagens trocadas no WhatsApp.
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“As redes sociais estão tentando ao máximo coibir a divulgação de desinformação, mas existe um problema, e esse problema é o que as pessoas estão se perguntando: como corrigir? Esse problema talvez seja impossível de corrigir, ele se chama WhatsApp. A gente pode falar sobre filtros de fake news em Instagram, Facebook, Twitter, porque são redes públicas, você coloca algo e está à mercê de regras. E o WhatsApp? Até onde vai a possibilidade de uma empresa observar sua conversa, de saber o que você está disponibilizando para outras pessoas?”, indagou.
O youtuber citou então o uso do famoso aplicativo de mensagens pelo chamado “gabinete do ódio”, que é investigado pela CPMI das Fake News, se apoiadores do presidente Jair Bolsonaro estão envolvidos na prática de disparar mensagens falsas sobre opositores.
“Esse é o maior recurso usado pelo gabinete do ódio. A gente pensa que são os robôs do Twitter, que é o Facebook, mas não. A arma mais utilizada é o WhatsApp. É onde menos se tem monitoramento. Dentro das redes sociais o caminho está progredindo, estão trabalhando para melhorar cada vez mais, o exemplo é um post do presidente ser apagado e informado que ele está publicando fake news. Já no WhatsApp é uma pergunta muito difícil de ser respondida”, acusou.
O empresário ainda disse que acredita que o maior medo da família Bolsonaro é a chegada da CPMI das Fake News: “Espero do fundo do coração que tanto a Polícia Federal quanto a CPMI consigam trazer resultados, porque o que acontece dentro do gabinete do ódio e todo esse esquema criado para manipulações das informações que chegam ao público é um crime muito grave, com consequências trágicas para todo mundo”.
Apesar de não saber se é um dos alvos do gabinete do ódio, Felipe lembrou que recebeu muitos ataques virtuais e ameaças para ele e seus familiares, tanto que decidiu tirar a mãe do país para sua segurança.
“A gente, infelizmente, está na polícia, estão até hoje com o caso, mas é difícil chegar a raiz do problema. Eu recebi ameaças de morte, minha mãe recebeu por minha causa, dá para imaginar como me senti nisso, tive que tirar minha mãe do Brasil e é realmente inacreditável. Quando falo em não ter tolerância com os intolerantes, que seria o paradoxo da tolerância, é algo que acredito muito”, contou.
“A gente não pode simplesmente olhar tudo o que está acontecendo, toda violência, opressão, tentativa de silenciar a imprensa, de calar a democracia, de tomar o poder para si, a gente não pode olhar para isso e ser tolerante, falar ‘é um lado’. A gente não pode validar esse tipo de lado, não pode ter esse tipo de lado falando como se fosse algo normal, algo que acontece”, completou.
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