Francisco José falou pela primeira vez sobre sua saída da Globo. Chateado com a decisão da emissora, o repórter foi pego de surpresa com um comunicado oficial emitido pela direção do Jornalismo na última segunda-feira (29).
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Em contato com a jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, Francisco José desabafou sobre a saída inesperada:
“Eu estou triste, claro, foram 46 anos na emissora. Não posso fingir e dizer para você que estou feliz, porque não estou. Se fosse para sair feliz eu teria saído antes, pedido”.
Há dois anos, Ali Kamel, diretor de Jornalismo da Globo, alertou o subordinado sobre a política de renovação no quadro de funcionários do canal.
“Há dois, três anos o Ali me disse que a empresa estava com a política de renovação do quadro de funcionários. Eu sei que nós mais antigos temos os salários mais altos”, admitiu.
Contudo, Francisco não escondeu sua mágoa. “Acho triste essa política de renovação, muitos dos que estão saindo são mestres do telejornalismo”, apontou. Ele entregou a última atitude da Globo: um acordo considerado irrecusável.
“O acordo que é feito entre as partes é tão vantajoso que a gente não tem como dizer não”, entregou.
Francisco José, 1º repórter nordestino do JN
Aos 77 anos, Francisco José estabilizou sua carreira no Recife e foi o primeiro repórter nordestino a aparecer no Jornal Nacional.
O famoso foi finalista de um prêmio Emmy Internacional, com uma reportagem sobre a rotina e os rituais dos índios Enawenê-Nawê da Amazônia.
A voz inconfundível de Francisco atraiu milhões de telespectadores e foi responsável por grandes matérias e furos de reportagem para o principal telejornal do país.
O veterano do telejornalismo entrou engrossou a lista de demitidos da Globo, que dispensou outros nomes importantes do seu departamento.
Alberto Gaspar, Ari Peixoto, José Hamilton Ribeiro, Eduardo Faustini, Isabela Assumpção e Linhares Júnior foram alguns dos nomes, além de outros da equipe técnica e de produção.
