Gilberto Gil falou abertamente sobre suas crenças em entrevista para o Papo de Segunda Verão, no GNT, na última segunda-feira (17). Perguntado se Deus está feliz com tudo o que tem acontecido no Brasil, o músico causou polêmica com a resposta.
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“Ninguém sabe quais os desígnios de Deus, porque ele quer que seja assim ou porque ele quer que seja assado. Eu costumo dizer que nós é que criamos isso; Deus é uma invenção do homem”, declarou.
Gil surpreendeu e disse para os apresentadores Fábio Porchat, Emicida, João Vicente de Castro e Francisco Bosco que “a crença geral é que é o oposto, que o homem é que foi criado por Deus”.
Adepto de Xangô, do Candomblé, o famoso falou sobre fé como parte fundamental para milhões de pessoas: “A religião no modo geral, a crença não só em uma transcendência, de uma possível vida depois desta, mas também à regência feita por essa instância superior, normatizando procedimentos e comportamentos, é uma coisa que as religiões adotam e isso acaba, na maioria dos casos, levando as pessoas a uma adoção de uma maneira de ser relativa àqueles preceitos e mandamentos de Deus”.
Em desabafo, o cantor disse que quando criança sentia Deus mais próximo. “Por causa da minha família e da cidade onde eu vivia, a gente rezava e celebrava a festa de Santo Antônio, festa de São Pedro, de Reis, de Nossa Senhora. Eu era muito ligado com aquele modo e compreensão do homem com a vida e com a natureza a partir da religiosidade católica. Depois, no decorrer da vida, fui encontrando outras formas de interpretar a realidade”, descreveu.
O veterano destacou que descobriu a filosofia, a ciência e outros meios de compreensão do que é certo ou erra. “A partir daí, a religião foi tendo um papel menor”, disse. “Mas por um respeito cultural, um respeito cívico e resíduo natural, continuo dizendo ‘Graças a Deus’ e ‘Deus lhe proteja’ para as pessoas”, confessou.
Admirador da fé, Gilberto Gil destacou seu gosto por todos que acreditam nela. “Gosto de todos aqueles que têm fé, que acreditam e que estão ligados a religiões que, em sua maioria, têm relações com o bem fazer e o bem querer. Eu gosto da bondade e defendo. Até brigo por ela”, garantiu, aos risos.
