Aos 86 anos, e afastado da TV há 5, Manoel Carlos cozinha em fogo brando na Globo desde o fracasso de “Em Família” (2014).
De lá para cá, o cultuado autor não conseguiu emplacar nenhum projeto na emissora da qual é contratado desde 1973, entre rápidas passagens pela extinta TV Manchete e Band. E não foi por falta de ideias.
Maneco, como o “pai” das Helenas é carinhosamente chamado, entregou à direção de Dramaturgia da Globo quatro projetos nos últimos anos. São dele os argumentos das séries “Vale Abraão”, “Castelo de Areia”, “Anita aos 30” e “Angela”. Esta última, sobre a vida e obra de Angela Maria (1929-2018), acabou repassada a Filipe Miguez, coautor de “Cheias de Charme” (2012) e “Geração Brasil” (2014).
O projeto de “Vale Abraão”, inspirado na obra homônima da portuguesa Agustina Bessa-Luís, a qual Carlos adquiriu os direitos no Brasil, foi apresentado ao canal em 2003, tão logo o escritor colocou um ponto final em “Mulheres Apaixonadas”. “Castelo de Areia” surgiu após o encerramento de “Em Família”, e aborda a história de amor entre jovens, com locações no Rio de Janeiro e Florianópolis. Já “Anita aos 30” se dispõe a contar a história da provocante protagonista de “Presença de Anita” (2001) aos 30 anos, desconsiderando o fato que a personagem imortalizada por Mel Lisboa acabou morta. Todos os projetos possuem duração entre 10 e 20 capítulos.
Fora o roteiro de um dos episódios da nova temporada de “Os Experientes”, cuja exibição se dará nas noites de sexta-feira, depois do “Globo Repórter”, não há qualquer sinalização por parte da Globo quanto à aprovação desses trabalhos de Manoel Carlos, cujo currículo fala por si só: “A Sucessora”, “Baila Comigo”, “Felicidade”, “História de Amor”, “Por Amor”, “Laços de Família”, “Mulheres Apaixonadas” e “Páginas da Vida”, entre outros.
Alô, Silvio de Abreu
A TV precisa cultuar seus ídolos ainda em vida. A idade avançada pode explicar o zelo da Globo com Maneco e outros medalhões. Ainda assim, projetos pequenos como os citados, todos já escritos, deveriam ser ferramentas de homenagem aos que contribuíram para o sucesso do veículo. Maneco, além de tanta coisa na teledramaturgia, dirigiu o “Fantástico” em seu início e foi importante peça na transformação de Hebe Camargo (1929/2012) em rainha da TV brasileira.
Vem, Helena!
Criador de “apenas” 9 Helenas – as protagonistas de “Baila Comigo”, “Felicidade”, “História de Amor”, “Por Amor”, “Laços de Família”, “Mulheres Apaixonadas”, “Páginas da Vida”, “Viver a Vida” e “Em Família” –, Manoel Carlos poderá matar a saudade dos fãs a partir do dia 29 de abril, com a volta de “Por Amor” ao “Vale a Pena Ver de Novo”.
Falha Nossa
Além do “Momento Vídeo Show”, com as coberturas dos eventos e bastidores de gravações, o “Mais Você”, de Ana Maria Braga, passou a contar com o “Falha Nossa”, outro quadro icônico do vespertino extinto em janeiro último. Até parece que a Globo se arrependeu de enterrar o “Vídeo Show”.
Chama o síndico
A contratação de Antonio Zimmerle, ex-Globo, para tocar a programação da Band é vista com muito alívio no Morumbi. Um dos primeiros tópicos a se resolver envolve o horário nobre. É digna de aplausos, só que não, a ideia do sabichão que adiantou a linha de shows de 22h30 para 22h, colada na igreja. Suicídio é pouco.
Que coisa, não?
A Record contratou André Azeredo ciente de que o ex-global disputaria tête-à-tête a liderança com Rodrigo Bocardi. Deu ruim. Até aqui, o jornalista não conseguiu superar a dupla Dudu Camargo e Marcão do Povo, do SBT. Bocardi, com o “Bom Dia SP”, segue desfilando com seus 10/11 pontos. Já Azeredo tem oscilado entre 4 e 5 pontos, sempre em terceiro.
TV Ilha
Já parou para pensar? A programação da RedeTV! é uma ilha. Com exceção de “A Tarde é Sua”, “TV Fama”, “Superpop”, “Operação de Risco”, “Mega Senha”, “Encrenca” e “JK Show”, o que funciona? Sobra igreja, falta conteúdo.
