A novela Guerreiros do Sol, que estreia no Globoplay, marca uma revolução no conteúdo transmitido pela Globo.
Ambientada no Sertão brasileiro das décadas de 1920 e 1930, a trama mistura temas de vingança e resistência, enquanto coloca em pauta questões sociais de extrema relevância, como o feminismo e o amor gay.
Mudança de rumos na Globo
A emissora Globo tem tentado se aproximar de parte do seu público tradicional, incluindo evangélicos, mas agora vai voltar a tentar uma aproximação com um público mais progressista. Guerreiros do Sol reflete essa mudança.
A personagem de Alinne Moraes, Jânia, é uma mulher à frente de seu tempo, com uma história de amor homoafetivo que transcende os limites impostos pela sociedade da época.
Ela se envolve com Otília, vivida por Alice Carvalho, gerando uma trama de resistência e transformação social.
Com isso, a Globo investe em histórias que promovem a diversidade, o empoderamento feminino e a liberdade sexual, conquistando um público que busca representatividade e inovação nas produções televisivas.
A força do feminismo na trama
Jânia não é apenas uma mulher que vive um amor não convencional, mas também uma figura inspiradora para as outras mulheres da trama.
Alinne Moraes se inspira em mulheres históricas, como Nísia Floresta, uma das primeiras feministas do Brasil, e Rosa Luxemburgo, para construir sua personagem. Jânia é corajosa e desafiadora, enfrentando os homens e a sociedade de sua época. Ela se torna um símbolo de resistência feminina.
A trama coloca em evidência a luta pela igualdade de direitos e a necessidade de quebrar as barreiras sociais que ainda limitam a liberdade das mulheres e das pessoas LGBTQIA+.
A mudança de foco da Globo, com a estreia de Guerreiros do Sol, reflete uma tentativa de abraçar um público mais diversificado, ao mesmo tempo em que desafia as normas conservadoras mantidas por muitos de seus telespectadores.
A novela não apenas narra uma história de amor entre mulheres, mas também dá voz a personagens femininas fortes e independentes, criando um espaço para discussões importantes sobre igualdade e liberdade.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]