O BBB 2021 entrou no hall das maiores edições da história do Big Brother Brasil, mas enquanto a Globo colhe os frutos pelo excelente trabalho apresentado até, por outro lado ela enfrenta um turbilhão de acusações por ex-funcionários envolvendo diretamente a produção do reality show.
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Cinco operadores de câmera e um assistente de operações que trabalhavam nos bastidores do programa até a edição do ano passado entraram com uma ação trabalhista contra a emissora carioca e a empresa LET, na qual eles trabalhavam como prestadores de serviços.
No processo, detalhes sobre a vida dos colaboradores foram expostas, desde condições terríveis de trabalho, incluindo assédio moral. As informações são da jornalista Fábia Oliveira, do jornal O Dia.
A briga corre em segredo de Justiça, e conta com imagens e testemunho de profissionais da produção do BBB, que atestam as acusações do grupo formado pelos seis profissionais. Globo e LET não foram chamadas para depoimento.
Fábio Chiara Allam afirmou em conversa com a jornalista que “todos pedem indenização pelas condições degradantes do local de trabalho” e tudo motivado especialmente “em função das condições precárias do local destinado aos câmeras, o chamado Câmera Cross [o corredor que fica em volta da casa por trás dos espelhos], que era muito sujo, sem lixeiras, com fios desencapados que davam choque quando chovia”.
Segundo ele, os câmeras trabalhavam cerca de 9 horas por dia em pé e com o horário de almoço suprimido. “Além disso, os autores tinham frequentes contatos com animais, como ouriço, ratos, morcegos, gambás, aranhas, marimbondos e até cobra. Um dos autores já foi picado por uma aranha”, relatou.
“Há ainda pedido de assédio moral referente ao tratamento destinado aos autores por um diretor da emissora, que os tratava com desrespeito e grosseria, com gritos e chegando a agarrar dois dos autores pelo casaco. Há ainda pedido de pagamento do intervalo suprimido e também equiparação salarial a outros câmeras que desempenhavam as mesmas atividades, mas recebiam salários superiores”, informou o representante jurídico do sexteto.
Washington Santos, que esteve trabalhando em 12 edições do BBB, surpreendeu ao descrever o seu antigo local de trabalho:
“Um ambiente sujo, totalmente hostil. Quando chove, naquela parte da varanda onde os participantes sentam pra fumar, do lado de dentro do Câmera Cross, alaga tudo. Fora que a gente circulava no meio de fios espalhados no chão sem proteção e, pior, alguns até desencapados. Era um monte de máscaras descartáveis usadas espalhadas pelo chão. Rato, ouriço, cobra, aranha, todos esses bichos circulavam entre a gente. Chegamos a ser orientados sobre infestação e pra tomar cuidado com os cabos, porque poderiam ter cobras enroladas neles e a gente poderia confundir, porque o local é bem escuro”.
Quando Washington foi picado pela aranha, sua mão ficou inchada e ele vou levado ao centro médico. Ele tomou uma injeção e ficou dois dias em casa. “A gente sabe bem o que é o produto Big Brother. A TV Globo vende muito essa questão de se preocupar com a saúde, pedindo pra usar máscara, batendo no presidente, e a gente lá com máscaras usadas espalhadas pelo corredor”, detonou.
“A gente foi proibido de tomar a vacina da influenza, isso foi o pior pra gente. Nós, prestadores de serviços, nos sentimos muito humilhados. Quando fomos indagar as enfermeiras sobre a vacinação, disseram pra gente que era só pra funcionários e que a gente não tinha direito. É uma indignação que temos por causa da falta de respeito”, desabafou.
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