Globo e Drauzio Varella escapam de pagar R$ 150 mil a pai de menino assassinado

Drauzio Varella
Drauzio Varella e Globo vencem ação judicial após polêmica no Fantástico (Imagem: Reprodução / Globo)

A Globo e o doutor Drauzio Varella se livraram de pagar R$ 150 mil como indenização ao pai do menino morto por Suzy de Oliveira, mulher trans e principal nome de uma reportagem exibida pelo Fantástico em março de 2020.

Na época, o programa da Globo mostrou a situação precária em presídios para a comunidade LGBTQIA+. Suzy foi um dos principais personagens da matéria comandada por Drauzio Varella. Em um momento da entrevista, o médico abraçou a presidiária quando descobriu que ela não recebia visitas há oito anos.

Ela foi condenada a 36 anos e 8 meses de prisão por estuprar e matar uma criança de 9 anos. A informação não foi dada pela reportagem e, na época, provocou uma enorme comoção nas redes sociais.

Pai de criança morta move processo contra a Globo e Drauzio Varella

O pai da criança entrou com um processo contra a Globo com o argumento que, ao ver a criminosa na TV, reviveu os traumas da perda do filho. O crime ocorreu em maio de 2010.

O homem pediu reparação por danos morais e materiais contra a empresa de comunicação e o médico. A Justiça concordou em primeira instância, mas discordou em segunda instância, segundo o Notícias da TV. O caso foi julgado na 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo.

“Até se entende a revolta do autor, mas, admitir as suas alegações é direcionar a reportagem ao sabor da sua vontade pessoal, de forma a desvirtuá-la. Nela, realmente, não se menciona o crime sofrido pelo filho do autor, nem o nome da vítima”, entendeu o desembargador.

“Nem deveria, pois tinha por finalidade mostrar a vida difícil das mulheres trans nas prisões, a precariedade do sistema penitenciário, além do preconceito contra as suas pessoas. Não seus crimes”, completou.

O magistrado salientou que a reportagem exibiu um gráfico do aumento de crimes cometidos por detentas trans e da diminuição no percentual de homicídio.

“Note-se que não foi dito na reportagem que elas não praticaram crimes. Ao contrário, até se mostrou um gráfico com a maior incidência das detentas trans no crime de roubo, e com menor percentual de incidência no de homicídio. Por fim, não se percebe da reportagem nenhuma intenção velada de ferir eventuais vítimas dos crimes cometidos pelas entrevistadas”, concluiu.

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