Globo padece com inúmeras falhas no gerenciamento de seus talentos

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Ivan Moré, “expulso” do “Globo Esporte”, deve acertar transferência para a Record (Imagem: Divulgação / Globo)

Há três semanas, escrevi neste espaço a respeito da incapacidade da Globo de lidar com eventuais “insucessos”, tomando como exemplo a transformação do “Vídeo Show” e do “Bem Estar” em quadros do “Mais Você”, de Ana Maria Braga, e do “Encontro”, de Fátima Bernardes. Pois bem. Acontece que as dificuldades da emissora hoje passam também pela equivocada gestão de seus muitos talentos. Há oportunidades demais para determinados nomes, enquanto outros tantos são alvos do mais completo desprezo. O caso mais recente atende por Ivan Moré, apresentador do “Globo Esporte SP”, praticamente expulso do posto que ocupou por quase quatro anos, sem a oportunidade de se despedir.

O noticiário esportivo passou a contar, neste sábado (1º), com Felipe Andreoli, então âncora do “Esporte Espetacular” – que, nos últimos tempos, passou por sucessivas e improlíficas trocas de comando. Para Ivan, a Globo propiciou o regresso ao “EE”, como repórter. Porém, segundo informações do jornalista Flávio Ricco, Moré optou pelo término imediato do vínculo com a casa (previsto para agosto), já apalavrado com a Record. O tempo vai dizer se ele acertou ou errou ao tomar tal decisão no “calor do momento”. A emissora de Edir Macedo, todos sabemos, trata o esporte com o mesmo desdém que o canal dos Marinho dispensou ao seu agora, digamos, quase ex-contratado.

A proposta da Globo, convenhamos, não oferecia segurança. Nos últimos meses, foram inúmeras as baixas no quadro de funcionários. Muitas delas no jornalismo – Cris Dias, Fernando Rocha, Izabella Camargo e Maurício Kubrusly; os dois últimos, adoentados. Outros deixaram a estação frente à falta de perspectivas – Mariana Ferrão e Otaviano Costa. Talvez, em agosto, Ivan Moré se integrasse ao primeiro grupo ou seguisse o caminho do segundo. Talvez fosse contemplado com um “ano sabático” e a consequente dispensa, como ocorreu com Jô Soares e Xuxa Meneghel – temo que este também seja o caminho de Angélica. Fato é que a emissora, mais uma vez, perdeu um bom profissional pela total incapacidade de otimizar seu elenco.

Vejamos: enquanto faltam oportunidades para os citados acima, sobram vagas para Tiago Leifert, à frente do “BBB”, do “Zero1”, do “The Voice”… O mesmo para André Marques. Também Ana Furtado. Fernanda Lima, outra que já comandou um “sem número” de atrações. Estrelas da dramaturgia, Lázaro Ramos e Taís Araújo foram “repentinamente” alçados ao entretenimento. Não coloco em xeque o talento destes todos, óbvio. Mas o apego. E o que dizer de Fernanda Gentil, que deixou o esporte – no ano da inédita cobertura da Copa do Mundo feminina – para esperar um projeto que, sabe-se lá, quando terá vez? Privilegiando alguns em detrimento de outros, a Globo fica cada vez mais “monocromática”. E desinteressante.

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Isabela Garcia como Judith, destaque do elenco de “O Sétimo Guardião” (Imagem: Divulgação / Globo)

Filha pródiga

Numa dessas, nunca é demais lembrar Isabela Garcia, dispensada após 40 anos de casa. Voltou, por obra, como Judith de “O Sétimo Guardião”. O talento de nascença, e o estofo que adquiriu em anos de Estúdios Globo, fizeram de Isabela um dos grandes nomes do folhetim de Aguinaldo Silva, encerrado no último dia 17. Enquanto isso, as valorizadas estrelas da nova geração tumultuaram os bastidores com “disse-me-disse” de rede social. Como uma emissora que tanto se gaba de suas ações sociais e de sua imagem “límpida” pode falhar, tão miseravelmente, no gerenciamento artístico?

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Gilberto Braga desenvolve novela das 18h, baseada no romance “Vanity Fair” (Imagem: Alex Carvalho / Globo)

Filho pródigo

Também numa dessas, cabe destacar a volta de Gilberto Braga às novelas. Conforme informado neste espaço, com exclusividade, Braga está adaptando o romance “Vanity Fair”, de William Makepeace Thackeray, para o horário das 18h. Um alento para novelistas e noveleiros “das antigas”. Enquanto Antonio Calmon, Benedito Ruy Barbosa, Manoel Carlos e Walther Negrão “mofam” nas prateleiras do canal, Mário Teixeira, Ricardo Linhares e Walcyr Carrasco emplacam projetos ano sim, ano também. O mesmo vale para Licia Manzo; sabe-se lá por quê, encostada desde 2015.

Ligo

“Programa da Maisa”. Hoje, sem sombra de dúvida, o melhor programa do SBT. Maisa Silva cresceu e apareceu! Excelente apresentadora, ela conduz sua atração com segurança – bem amparada por Oscar Filho –, extraindo sempre o melhor de seus convidados. Não à toa, há fila de interessados em marcar presença no sofá da adolescente. E outros tantos dispostos a encher os bolsos da garota e do canal…

Desligo

“Mais Você”. Ana Maria Braga segue como a melhor opção das manhãs, mas… Por que raios a loira mais amada da TV brasileira e sua equipe resolveram apostar em quadros que ocupam o programa todinho ou em pautas desinteressantes, como o frango assado no varal do “ogro” Jimmy McManis na última sexta-feira (31)? O seguríssimo primeiro lugar não pode servir como estímulo para a acomodação…

Fecha a conta

A coluna recebeu, de fonte seguríssima, a escalação de Marcelo Faria e Roberta Gualda para “Bom Sucesso”. O ator foi destaque em “Orgulho e Paixão” (2018), como Aurélio. Já a atriz, após anos de Record, voltou à Globo em “Sob Pressão”. Consultadas, a Comunicação do canal e a autora Rosane Svartman não confirmam. “Nenhum dos dois confirmado ainda“, respondeu Rosane. Fico na torcida. Por eles e pela novela, que promete!

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Duh SeccoDuh Secco
Duh Secco é  "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.