A Globo tomou uma decisão curiosa nesta semana envolvendo diretamente sua relação com o público evangélico. A emissora decidiu vetar a exibição de uma série especial sobre a relação da comunidade LGBTQIA+ no SP1, telejornal local, no dia 30 de maio, feriado de Corpus Christi.
A produção de três episódios estava prevista para ter de quatro a cinco reportagens exibidas dentro do jornalístico da hora do almoço, de acordo com as informações do jornal Folha de São Paulo.
Ana Escalada, diretora de jornalismo da Globo em São Paulo, tomou a atitude para evitar reclamações de grupos religiosos, especialmente o público evangélico, pois na mesma data, além do feriado, está previsto o evento Marcha para Jesus, realizado pela Igreja Renascer em Cristo.
A intenção do canal da família Marinho é tirar a chance de qualquer tipo de crítica ou reclamação do telespectador mais conservador. A série criada pela produção do SP1 colocará a história da Parada Gay em evidência. O evento da comunidade LGBTQIA+ está previsto para o dia 2 de junho na Avenida Paulista.
Decisão da Globo gera mal-estar nos bastidores
A série é uma produção do repórter Romulo D’ávila e mostra os primeiros organizadores da passeata iniciada em 1997. Dentro da Globo, o argumento para o veto é uma “decisão editorial” para dar mais espaço para a cobertura da Marcha para Jesus. A emissora não comenta o assunto.
Há pelo menos 2 anos a emissora líder de audiência tenta se acertar com o público evangélico, em especial pelo estudo que aponta o grupo como maior do país, até mesmo que os católicos, a partir de 2030.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].