Editor do The Intercept, Glenn Greenwald deu o que falar em entrevista nesta semana. Para a Agência Pública, o jornalista disparou contra a Globo, colocando-a como “aliada, parceira e sócia” da Lava Jato e do ministro Sergio Moro.
“A Globo e a força-tarefa da Lava Jato são parceiras. E os documentos mostram isso, né? Não é só eu que estou falando isso por causa da Globo. Os documentos mostram como Moro e Deltan estão trabalhando juntos com a Globo e nós vamos reportar, então eu sei disso já e a reportagem está mostrando”, afirmou ele.
A emissora carioca, então, divulgou nota nesta quarta-feira (12) para rebater as acusações e ainda revelou bastidores de conversa entre Greenwald e seus diretores. “Glenn Greenwald procurou a Globo por e-mail no último dia 29 de maio para propor uma nova parceria de trabalho”, começou a empresa.
O grupo de comunicação lembrou que trabalhou junto com o profissional em 2013: “Uma parceria que mereceu elogios dele pela forma como foi conduzido o trabalho. Greenwald ficou ainda mais agradecido por um gesto da Globo. Nas reportagens que a emissora divulgou, em algumas frações de segundo era possível ver nomes de funcionários da agência americana, que não trabalhavam em campo, mas em escritório. Mesmo assim, tal exposição poderia levá-lo a responder a um processo em seu país natal, os Estados Unidos. A Globo, então, assumiu sozinha a culpa, declarando que, durante a realização da reportagem, Greenwald se preocupava sobremaneira com a segurança de seus compatriotas. Tal atitude o livrou de qualquer risco”.
A Globo revelou ainda que recebeu Greenwald na redação do “Fantástico”, no começo do mês, e ele garantiu ter “uma grande bomba a explodir”. “Greenwald ouviu, com insistência, por três vezes, que a Globo só poderia aceitar a parceria se soubesse antes o conteúdo da tal “bomba” e sua origem, procedimento óbvio”, disse a nota. Segundo o comunicado, as partes não entraram em acordo e o site, o Intercept, publicou as mensagens atribuídas ao ministro Sergio Moro e procuradores da Lava Jato. “O assunto mereceu na mesma noite destaque em reportagem de mais de cinco minutos no Fantástico (e depois em todos os telejornais da Globo)”, afirmou o canal.
“Na segunda [após o ‘Fantástico’], uma funcionária do Intercept sugeriu que o programa Conversa com Bial entrevistasse um dos editores do site para um debate sobre jornalismo investigativo. Como o próprio site anunciou que as publicações de domingo eram apenas o começo, recebeu como resposta que era conveniente esperar o conjunto da obra, ou algo mais abrangente, antes de se pensar numa entrevista”, acrescentou a nota.
Para encerrar, a Globo se mostrou “indignada e revoltada” com “os ataques que ele desfere” contra ela. “Se a avaliação dele em relação ao jornalismo da Globo e a cobertura da Lava Jato nos últimos cinco anos é esta exposta na entrevista, por que insistiu tanto para repetir “uma parceria vitoriosa” e ser tema de um dos programas de maior prestígio da emissora? A Globo cobriu a Lava-Jato com correção e objetividade, relatando seus desdobramentos em outras instâncias, abrindo sempre espaço para a defesa dos acusados. O comportamento de Greenwald nos episódios aqui narrados permite ao público julgar o caráter dele”, finalizou o texto.
A Redação do RD1 é composta por especialistas quando o assunto é audiência da TV, novelas, famosos e notícias da TV. Conta com jornalistas que são referência há mais de 10 anos na repercussão de assuntos televisivos, referenciados e reconhecidos por famosos, profissionais da área e pelo público. Apura e publica diariamente dezenas de notícias consumidas por milhões de pessoas semanalmente. Conheça a equipe.