Gustavo Mendes desabafa sobre confusão com apoiadores de Bolsonaro

Gustavo Mendes
Gustavo Mendes falou sobre política em show de comédia (Imagem: Reprodução / Instagram)

Após soltar piadas sobre Jair Bolsonaro (PSL) em seu show de comédia, nesta sexta-feira (30), Gustavo Mendes viu parte do seu público se revoltar contra ele por não admitir piadas com o presidente. No Facebook, o humorista desabafou sobre a situação e garantiu que vai continuar com o seu trabalho como sempre fez.

Parte da plateia, insatisfeita com as piadas sobre Bolsonaro se sentiu no direito de dizer o que eu posso ou não posso falar nos meus shows. E isso nunca, amiguinhos, nunca vai acontecer, porque isso se chama censura e eu não vou aceitar essa tentativa de intimidação. Principalmente vindo de pessoas que se articularam para isso. O problema daquelas pessoas não eram as piadas políticas”, desabafou ele, que expulsou os “bolsonaristas” da plateia do show.

Ora, eu sou Gustavo Mendes. Minha trajetória sempre foi de assumir posições com força e transparência, mesmo sabendo que isso incomodava muita gente. O Humor é sempre OPOSIÇÃO. Esse é o papel do artista e principalmente o do comediante: incomodar os poderosos. Onde estavam essas pessoas quando eu debochava da Dilma? Debochava do Temer?“, quis saber o artista.

Eu amo meu público, mesmo aqueles que votaram no Bolsonaro, mas não vou me calar diante do que está acontecendo hoje no Brasil: os milhões de desempregados continuam sem ver nenhuma medida que lhes dê esperança; nossa maior riqueza – a Amazônia – sendo devastada e um governo que incentiva o desmatamento; a promessa de acabar com a corrupção e um governo que tem seus corruptos de estimação; milhões passando fome e um governo que nega a existência da miséria” disse Mendes, citando alguns dos problemas do país.

Quem não está cumprindo o que prometeu não sou eu. Onde está o Brasil melhor que foi prometido? Violência, corrupção, desemprego, nepotismo; tudo continua e piora porque o presidente está sempre mais ocupado em causar polêmica que governar. As pesquisas mostram que os que consideram seu governo ruim ou péssimo já são 40%.  Amigos, não sou eu que invento esses números, nem sou eu que faz o povo deixar de gostar desse governo. O pior inimigo do Bolsonaro é ele mesmo. E os que apoiam os erros dele“, disparou.

Isso que aconteceu contra mim, infelizmente não é um privilégio meu. É uma nova onda de intimidação à liberdade de expressão: Roger Waters do Pink Floyd e Cateano foram vaiados; Miriam Leitão foi impedida de lançar seu livro numa Feira; Gleen – que denunciou a vaza jato – sofreu foguetaço em Parati; professores são filmados por alunos que se acham no direito de ser uma patrulha ideológica; e por aí vai. Você pode não gostar das minhas posições, mas não se deixe ceder à tentação do autoritarismo. Um Brasil melhor só vai ser construindo num ambiente de tolerância e respeito. Exterminar a ideia contrária só cria a falsa sensação de uma unanimidade burra“, afirmou Gustavo.

Nenhuma piada ou crítica pode justificar a censura à liberdade de expressão. Seguirei firme sendo o Gustavo Mendes que sempre fui. Sei que pago um preço por isso, mas ao mesmo tempo tenho um lucro imenso. Do amor sincero dos que admiram meu trabalho mesmo eventualmente discordando das minhas opiniões; e principalmente, da consciência tranquila de que estou do lado certo da história. Um beijo cheio de amor a todos”, concluiu.

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Da RedaçãoDa Redação
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