O Jornal Nacional (JN) revelou, com exclusividade, uma denúncia explosiva que pode provocar um verdadeiro terremoto político em Brasília.
Na edição desta quarta-feira (14), o telejornal da Globo, mostrou que um servidor do INSS entregou à Polícia Federal, ainda em 2020, um alerta sobre fraudes milionárias em descontos indevidos aplicados nos benefícios de aposentados e pensionistas.
Agora, cinco anos depois, a investigação chegou a um ponto crítico: culminou na queda do ministro da Previdência e do então presidente do INSS, Leonardo Rolim.
Denúncia divulgada pelo JN feita sob ameaças
A denúncia inicial partiu de um funcionário da direção central do INSS que, por segurança, preferiu manter o anonimato.
Ele relatou ter sido ameaçado de morte após identificar irregularidades nos chamados ACTs (Acordos de Cooperação Técnica), especialmente nos descontos associativos aplicados diretamente nos pagamentos de benefícios.
“Na época em que a Diretoria de Benefícios estava auditando os ACTs, servidores começaram a receber ameaças. Isso era comentado lá dentro”, afirmou o servidor em entrevista ao Jornal Nacional.
Após as ameaças, ele procurou a Polícia Federal em setembro de 2020. Na sequência, a Polícia Civil do Distrito Federal também iniciou uma investigação, após aposentados denunciarem à Promotoria descontos indevidos em seus benefícios.
A explosão dos números
No centro do escândalo está a Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais).
Segundo o servidor, em apenas nove meses, o número de filiados com descontos no INSS saltou de cerca de 80 mil para mais de 250 mil, mesmo com o acordo suspenso.
Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) de 2024 confirmou os indícios: os descontos aplicados pela Conafer passaram de R$ 400 mil em 2019 para R$ 57 milhões em 2020 e chegaram a R$ 202 milhões em 2023.
O escândalo abalou a cúpula da Previdência Social. A operação foi determinante para a queda do ministro da Previdência e do então presidente do INSS.
A Conafer e seus representantes seguem em silêncio. Nem a entidade nem Carlos Roberto Ferreira Lopes responderam aos pedidos de esclarecimento do Jornal Nacional.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]