O Jornal Nacional, da Globo, surpreendeu o seu público, nesta terça-feira (31), ao criticar e desmentir um discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
VEJA ESSA
William Bonner e Renata Vasconcellos correram para corrigir a informação dada pelo político de que o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, era contra o isolamento social.
“Para defender que trabalhadores informais saiam do isolamento e retomem as atividades, o presidente extraiu um trecho do pronunciamento do diretor da Organização Mundial da Saúde em que, supostamente, Tedros Adhanom teria dito que os informais precisam trabalhar”, iniciou a âncora.
Renata prosseguiu: “Só que Bolsonaro deixou de fora uma parte fundamental do pronunciamento, dirigida justamente a governantes, como ele. A parte do discurso em que Adhanom explica que cabe aos governos garantir assistência aos que ficarem sem renda durante o isolamento recomendado pela OMS”.
Em seguida, o telejornal exibiu a declaração de Bolsonaro: “Vocês viram que o diretor, diretor-presidente da OMS, falou? Alguém viu aí? O que ele disse praticamente? Em especial – né? – os informais têm que trabalhar”.
O JN deu sequência e corrigiu a afirmação do diretor da OMS, com a narração de Bonner. “Mas Tedros Adhanom não disse isso. O presidente da OMS levantou uma questão: o que os países devem fazer para proteger aqueles que precisam do seu trabalho diário para sobreviver?”, começou Renata Vasconcellos.
Renata Vasconcellos desmentindo Bolsonaro em rede nacional, perfeita cara
pic.twitter.com/oM1OfXOdgW— loly Xangai (@ANTI0800) March 31, 2020
Num outro momento, o noticiário repercutiu o pronunciamento do presidente em rede social. Na ocasião, Bolsonaro voltou a falar do diretor da OMS, mas, segundo o JN, com uma interpretação diferente da que usou na primeira vez.
“Em pronunciamento em rede nacional na noite desta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro não usou a interpretação equivocada da fala do diretor da OMS para criticar o isolamento social. Nesse pronunciamento, ele se disse preocupado com a vida e também com a manutenção dos empregos. E disse que o remédio contra a pandemia não pode ser pior do que os efeitos que ela provocará. Bolsonaro elencou as medidas que o governo já tomou e que foram divulgadas pelo Jornal Nacional nos últimos dias e destacou o congelamento dos preços dos remédios por 60 dias”, afirmou William Bonner.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]