Justiça condena a Record após exposição de tragédia familiar: “Cruel e imoral”

Paulo Carvalho

12/08/2023

Record

Record e Igreja Universal são condenadas pela Justiça (Imagem: Reprodução / Record)

A Justiça de São Paulo determinou o pagamento de indenização por parte da Igreja Universal do Reino de Deus e da Record para uma família. O clã anônimo teve sua imagem exposta e explorada sem autorização no Vício tem Cura.

O problema começou em 2016, quando a emissora paulista exibiu uma reportagem sobre um rapaz de 21 anos que faleceu um dia depois de ter sido internado pela mãe numa clínica de reabilitação para tratar do vício do crack.

Naquela época, a mãe da jovem concedeu uma entrevista onde cobrava explicações sobre o acontecido. Cinco anos depois, ou seja, em 2021, a Record repassou as imagens para a IURD. Segundo o UOL, a organização usou a história de maneira controversa, descontextualizada e desproporcional.

Na ação aberta contra a Igreja Universal e a Record, que recentemente iniciou uma onda de cortes, a família alega que a atração fez juízo de valor, “indicado que a internação teve relação direta com a morte”, algo distante da verdade.

Representante da família na ação, a advogada Kiapine Silva afirmou em juízo que a igreja foi cruel e imoral ao repassar a ideia de que a morte poderia ter sido evitada se os familiares não tivessem optado pela internação.

Anexado ao processo, o Ministério Público de seu parecer. A entidade disse que houve uma exposição indiscriminada dos fatos. Além disso, o órgão salientou que a Igreja Universal divulgou um QR CODE. O motivo? Obter lucro com doações.

Igreja Universal e Record tentam se defender

A equipe jurídica da IURD, que nos últimos meses desembolsou uma quantia bilionária para salvar a Record, declarou que o Vício tem Cura não é uma farsa e nem tem objetivo comercial.

Mais do que isso, resumiu o programa como um projeto iniciado em 2014, em mais de 70 cidades, que já ajudou na recuperação de vários usuários químicos.

A Justiça não atendeu os argumentou oferecidos pelo corpo de advogados dos bispos e condenou a igreja ao pagamento de R$ 93,6 mil.

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Paulo Carvalho

Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].