A Lava Jato apostou todas as suas fichas na mídia para perpetuar as informações sobre as acusações contra o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para isso, os procuradores da extinta operação apostaram no Jornal Nacional.
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O principal telejornal do país foi a principal janela de divulgação das decisões e investigações da Lava Jato, com William Bonner e Renata Vasconcellos como rostos dos boletins quase diários ao público.
Diálogos obtidos pela Operação Spoofing revelaram que os procuradores queriam e buscavam intimidade com a imprensa de modo geral. Com um acréscimo: com fornecimento de informações exclusivas ao telejornal de maior audiência do país.
A procuradora Laura Tesler, segundo o Conjur, disse que o JN era uma ótima ideia. “Mas de qualquer forma é bom também depois dar uma provocada no Josias [de Souza], Miriam Leitão, etc, para descerem a lenha [no Lula]”, defendeu.
Jornal Nacional foi usado por procuradores da Lava Jato para provocar opinião popular anti-Lula
As autoridades tinham como plano passar a informação para a emissora carioca. Posteriormente, para Josias de Souza, do UOL. No entanto, a regra velada era que antes de tudo o JN tinha exclusividade no material.
Na época, o advogado de Lula, Cristiano Zanin classificou a denúncia como um atentado ao Estado Democrático de Direito. Atualmente, o profissional é ministro do Supremo Tribunal Federal.
Depois de alguns anos, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) trancou a ação penal contra o agora presidente da República. A Justiça reconheceu que não havia indícios ou elementos mínimos para justificar a tramitação.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].