Lázaro Ramos esteve na 26ª Bienal do Livro de São Paulo e não falou apenas sobre o seu trabalho como escritor de obras infantis e adultas. O artista também destacou a importância de debater livros em um ano eleitoral e mandou o seu recado contra o atual governo.
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Segundo informações do site IG, ao ser questionado pela mediadora a respeito do motivo de escrever livros para crianças, Lázaro Ramos disparou: “Porque é uma maneira da gente recriar a história da nossa nação. Eu escrevo para criança para isso. E já para começar colocando fogo no parquinho, em ano eleitoral, é interessante ver fundação, reconstrução, novos diálogos, novos valores”.
“Aí a gente escreve para as crianças, para as crianças já irem colocando na cabeça o ‘fora, Bolsonaro'”, acrescentou o baiano, que foi ovacionado pelo público presente.
Lázaro Ramos acrescentou falando como seu objetivo mudou ao longo do tempo: “Escrevia muito no passado para a criança que eu fui. Para falar dos assuntos que eu sentia falta na literatura infantil e não tive acesso. Fui uma criança que não teve acesso a livros por lazer. Depois, penso que escrevo hoje em dia para os adultos que eu quero que meus filhos sejam. Os livros infantis que escrevo são sempre para plantar sementes, para sermos pessoas mais dignas, adultos mais completos e plenos”.
O ator também destacou que é preciso “trocar de presidente” para enxergar mudanças na sociedade. “Não tem como a gente, nesse espaço tão importante, não debater isso. A gente está vivendo em um período onde tem uma celebração da ignorância, uma desvalorização da educação, da figura dos professores e professoras e do poder da importância do livro. Inclusive, taxando mais os livros. E é preciso falar”, comentou.
“Para reconstruir esse país, a gente vai precisar voltar a valorizar a educação, a literatura, a cultura e o acesso ao livro. Não existe conhecimento possível quando a gente celebra a ignorância, fake news e desinformação”, analisou.
Lázaro Ramos revela emoção e cansaço por luta
O famoso ressaltou que está “cansado” da constante luta que a população enfrenta para reconstruir o país: “Não tem outra alternativa. Essa é a nossa alternativa e a nossa história. Eu falo isso aqui muito na vontade que a gente consiga ter um descanso, porque essa é uma vida de sobressalto”.
“Eu gostaria de ser uma pessoa muito mais tranquila e falar de outras coisas com vocês, mas a gente vive em sobressalto. Não tem um dia que a gente não pensa sobre isso, não tem um dia que a gente não tem que ter alguma estratégia para combater isso. E cansa para caramba. Está difícil“, disparou.
“Mas a solução não virá de um indivíduo, virá do coletivo. Quanto mais unidos nós estivermos, mais fortes seremos“, completou o ex-Globo, que foi questionado sobre entrada para a política. Ele reagiu: “Convite tem muito, mas não sei… Eu queria ser presidente do Brasil”.
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