Demitido após ser criticado por fazer comentários considerados homofóbicos, Leandro Narloch comentou sobre a sua dispensa da CNN Brasil, em entrevista ao programa Morning Show, na rádio Jovem Pan.
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O jornalista voltou a afirmar que foi mais uma vítima da “cultura do cancelamento”. “Me parece que a cultura do cancelamento é esse costume de que a gente tem que banir e execrar publicamente qualquer pessoa que mostra a menor discordância, principalmente em relação a minorias […] É uma intolerância, um linchamento virtual, a ideia de que você tem que linchar qualquer pessoa que discorda até mesmo de termos. Acho que fui um pouco vítima disso”, afirmou Leandro.
O comentarista reconheceu, entretanto, que não foi infeliz em sua fala, durante o Live CNN, e que poderia ser mais preciso na sua colocação. “Eu já tinha falado sobre isso na CNN em março e eu citei várias pesquisas, exatamente o que eu disse dessa vez, talvez de outra forma. Como comunicador eu preciso me preocupar não somente com o que eu digo, mas como as pessoas recebem”, ponderou ele, ressaltando ser a favor da doação de sangue por homossexuais.
“Eu falei que as pessoas não precisam se preocupar que vai ter sangue contaminado, sangue com HIV, porque continua existindo o critério que restringe comportamento de risco, mas eu usei o termo promíscuo. Gays ou héteros que transam sem camisinha com vários parceiros vão continuar sem poder doar sangue. Foi isso que eu tentei dizer, devia ter dito de uma forma mais clara, mas estava óbvio”, explicou.
Ainda na sua participação, Narloch fez duras críticas ao jornalismo televisivo atual, citando o jornalista William Bonner. “Cada vez mais a gente precisa ser meio óbvio e falar que está a favor, que está defendendo. Eu vejo muito isso em todos os canais de televisão. Parece que as pessoas estão pagando pedágio”, alfinetou.
“Eu não gosto muito desse jornalismo lição de moral. O William Bonner é meio assim. Sempre que vejo o Jornal Nacional eu me sinto uma pessoa meio ruim e que ele está querendo me fazer uma pessoa melhor. Se eu quiser me tornar uma pessoa melhor eu vou para a igreja, eu vou fazer terapia”, complementou.
Leandro Narloch também comentou sobre ter recebido um elogio de Jair Bolsonaro (sem partido) no Twitter. Na ocasião, o presidente fez uma crítica ao que chamou de “pensamento da esquerda radical” ao falar sobre o atual posicionamento da mídia. Apesar de confessar ter gostado da mensagem, ele garantiu que sempre fez críticas ao chefe de estado.
“Na CNN eu critiquei muito mais ele do que apoiei, mas achei o texto bem escrito. Existe sim essa homogeneidade de esquerda em todas as redações que trabalhei. Acho que existe dos chefes um esforço para que se tenha um equilíbrio, uma diversidade de vozes, diversidade ideológica. O problema é o baixo clero, os jornalistas iniciantes. A questão não é somente ser de esquerda, mas é não conhecer argumentos liberais. A estupidez não é monopólio de um lado ou de outro”, analisou.
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