Letícia Dornelles critica “panelinha” da esquerda na TV: “É preciso espaço para o conservador”

Letícia Dornelles
Letícia Dornelles reclama da “panelinha” da esquerda na TV e rebate críticas como gestadora do Governo Bolsonaro (Imagem: Divulgação / Arquivo Pessoal)

Dez meses após assumir a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa, Letícia Dornelles faz parte do seletíssimo grupo de artistas conservadores que foram nomeados em cargos importantes no governo de Jair Bolsonaro. Em entrevista exclusiva ao RD1, a autora falou abertamente sobre vários assuntos polêmicas que a cercam, entre eles o de que estaria sendo usada como ferramenta ideológica por parte do governo, a exemplo das nomeações de Regina Duarte e Mário Frias, e também dos cortes de investimentos feitos na Cultura.

Com mais de 30 anos dedicados à Cultura, construindo uma trajetória de sucesso nas três maiores emissoras de TV do país, Letícia iniciou a sua carreira como repórter do Fantástico (Globo) e chegou a comandar o Esporte Total, na Band, mas se consagrou mesmo atrás das câmeras, nos roteiros das novelas (Por Amor, Andando nas Nuvens e Amigas e Rivais) e programas humorísticos (Show do Tom, Louca Família e Nova Família Trapo). Tanta experiência lhe trouxe não apenas uma vasta bagagem, como também reflexões.

Adepta ao que classifica de “dramaturgia mais tradicional” – embora tenha criado personagens gays e mulheres liberais como as protagonistas de Amigas e Rivais (2007) -, a escritora observa que as novelas ficaram políticas demais, “sem leveza”, e que atualmente quase não há espaço para outros segmentos além dos que agradam o público de esquerda. “Há diversos colegas conservadores que não conseguem trabalho na TV justamente por não serem de esquerda. Há muita panelinha. São muito radicais”, opina.

Confira o bate-papo na íntegra:

Por Amor
Letícia consegue identificar sua marca em Por Amor, mas garante que buscou copiar o estilo criado por Manoel Carlos (Imagem: Divulgação / Globo)

RD1 – Você acompanhou a repercussão de Por Amor no Vale a Pena Ver de Novo no ano passado? O que torna essa novela tão atual?

Letícia Dornelles Pelo horário da exibição, não pude assistir à novela por inteiro, mas apenas a alguns capítulos. Observei a repercussão no Twitter. Também recebi comentários de amigos. Por Amor é uma novela atemporal. Não envelhece. Trata de relacionamentos, conflitos, vida cotidiana, famílias. São temas que verificamos no nosso entorno. Um amigo, um vizinho, um parente, um colega de trabalho, com certeza se parece com algum personagem da novela. Identificamos situações e conflitos semelhantes aos da novela em conhecidos nossos. Fica muito fácil se envolver com as tramas. Tudo é tratado com profundidade. Os personagens são muito reais e de fácil apego. A empatia acontece de imediato com a ou com b. O público se envolve com os personagens e as suas histórias. Quer saber para onde a trama prosseguirá. Quem não assistiu das vezes anteriores, vivencia o impacto das emoções de uma novela muito bem pensada e muito bem escrita. E quem já viu, mata a saudade. Trama boa nunca é demais rever. Manoel Carlos estava no auge. A fama da novela é impulso para a grande audiência.

RD1 – Você ainda consegue identificar a “sua marca” na trama mais de 20 anos depois? Quais são as boas recordações deste trabalho?

Letícia Dornelles Sim, consigo. Mas eu estudei muito o texto de Manoel Carlos de novelas anteriores, e mesmo os primeiros capítulos de Por Amor, que ele escreveu sozinho, e me enviou conforme escrevia. Trocamos muitas ideias. Ele me deu muita liberdade de ação. Tentei copiar o estilo dele com a maior fidelidade. Para que o público não estranhasse um capítulo escrito com mais intensidade e o outro escrito de maneira diferente. Maneco dizia que tínhamos “química”. Que eu escrevia exatamente como ele. Que tinha dificuldade de perceber se o capítulo era meu ou dele. Maneco gostava porque eu não tentava escrever “do meu jeito”, mas, sim, do jeito do real criador. Porém, eu tive liberdade de escrever os capítulos. Então, sempre algum detalhe fica como marca pessoal. Uma frase. Uma tirada. Uma marcação de cena. Uma rubrica para a direção. Uma observação pessoal da vida e do cotidiano que eu acabava colocando na boca de algum personagem. Nesse ponto é que o colaborador coloca a sua marca. Diálogos devem ser no estilo do dono da novela. Mas como eu escrevia alguns personagens mais do que outros, acabei criando marcas para eles.

Show do Tom
Letícia fala sobre reprises na TV e diz que ainda não foi procurada para receber por direitos autoriais do Show do Tom (Imagem: Divulgação / Record)

RD1 – Foi uma surpresa para você a volta do Show do Tom à grade da Record? Como era a sua participação na criação do roteiro do programa?

Letícia Dornelles Não estou sabendo. Tenho trabalhado muito e assistido pouco à TV. Fico mais ligada nos telejornais. A minha atual função exige muito do meu tempo. Escrevi para o Tom na Record de 2009 a 2011. Três anos. Ele gostava do meu jeito. Brincava com a minha criatividade. No período, passei por várias situações íntimas complicadas. O programa era a válvula de escape para eu desestressar. Minha mãe teve um tumor, eu tive um aborto espontâneo no terceiro mês de gravidez, fiz um tratamento, e depois engravidei do meu filho Patrick. Imagine que escrevi humor no hospital. Sem pausa. Às vezes, chorando. Não tive sequer licença maternidade. Era muito fácil escrever para ele porque o Tom pega o texto e molda ao personagem. Dá um charme extra. Cria improvisos que valorizam o trabalho do escritor. Eu recebia os pedidos da produção e tinha liberdade para criar o roteiro. “Precisamos de um quadro de sátira da Ana Maria Braga”, “precisamos de um episódio de O Aprendiz, que virou O Infeliz”. E eu escrevia. Criava a situação, as provas, o besteirol completo. Era muito divertido. Dos quadros que eu mais me divertia eram o Bofe de Elite e O Infeliz. A fase do Roberto Justus na apresentação foi sensacional.

RD1 – Nesta onda de reprises na TV, ocorridas por conta da pandemia, há muitas reivindicações de escritores por direitos autorais. Como funciona esses pagamentos? Você recebe pela reprise do Show do Tom, por exemplo?

Letícia Dornelles A TV Globo e o SBT sempre me pagaram os direitos de reexibição das novelas e programas. A Record ainda não se pronunciou sobre esse pagamento.

RD1 – Você voltou a trabalhar com o Tom Cavalcante no MultiTom, no canal Multishow, e uma das boas atrações eram as sátiras políticas, inclusive com críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Como era o processo de criação? Vocês tinham liberdade total para tocar nesses assuntos?

Letícia Dornelles Escrevi três projetos do Tom no Multishow. Mas não estava mais no grupo quando ele começou a satirizar o atual presidente. Na época que eu escrevia para o Tom, ele imitava o presidente Temer. Inclusive, a sogra do ex-presidente me segue na internet e pedi que o avisasse para assistir. O tema era pré-definido pelo Tom. Ele criava o quadro. Ele também gostava de imitar os políticos amigos do Ceará, terra onde nasceu. Não havia ofensa. Era brincadeira pura. Não sei como está atualmente. Não tenho acompanhado.

RD1 – Em 2017, você comentou nas suas redes sociais que hoje em dia os autores de só querem “lacrar” e fazer “militância” nas novelas e nos programas, em detrimento das emoções verdadeiras nos roteiros. Você ainda observa a dramaturgia atual dessa forma?

Letícia Dornelles Em 2017, havia uma série de programas de humor totalmente sem graça. Alguns, simplesmente queriam levantar bandeiras, defender o politicamente correto, mas fugiam do que faz o público rir. Quando esquecem da motivação do programa, e partem apenas para a militância, é chato de assistir. Houve uma proliferação de programas muito ruins. E surgiram muitos roteiristas sem real formação para TV ou qualquer técnica. Gente pescada da internet, que sabe produzir memes e tweets divertidos, mas tem dificuldade de escrever bons diálogos. O profissional assiste e percebe as deficiências do amador alçado à condição de roteirista. Muitos colegas reclamaram na época. Uma falta de critério. Todo mundo da internet “virou roteirista”. Como moda. No mesmo estilo de algum tempo atrás quando qualquer um “virava DJ”. Era inclusive uma desvalorização do roteirista profissional. A mão de obra barateia. Mas a qualidade cai. No caso da teledramaturgia, há excelentes autores. Alguns são mais politizados. Cada personagem levanta uma bandeira. Nada é leve. Não há respiros. Outros autores preferem a dramaturgia mais tradicional. Sou dessa linha. Conservadora. Da boa novela com romance, conflito, cotidiano. O excesso de política em novela não me agrada. Já bastam os telejornais.

RD1 – Você sente falta de escrever novelas ou trabalhar na TV?

Letícia Dornelles Sinto muita saudade. Amo escrever. Antes de trabalhar na Fundação Casa de Rui Barbosa, escrevi uma novela para a Turquia. O dólar foi a 6 liras turcas naquele país e a produção foi suspensa. Ficou muito caro para eles. Mas a história está linda. Eles são muito conservadores. Casais não se beijam. Não se deve falar muito de política. Estudei o país, as leis, os costumes, a gastronomia, os relacionamentos, a religião, os rituais, as características de cada região. Estudei o mapa do país para criar deslocamento dos personagens. Parece que vivi na Turquia. Encomendava doces e comida turca para me sentir no clima. Ouvia as músicas locais. Quero muito visitar. Parece que já conheço ruas e cidades. Quem sabe alguma emissora brasileira produz a novela, é adaptável. Os cenários são lindos e a trama criada é muito romântica.

RD1 – Como é o seu trabalho como Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa? E como reagiu às críticas de que a instituição estava sendo usada como ferramenta político-ideológica?

Letícia Dornelles – Trabalho muito. Não há descanso. É muita responsabilidade. Fiz cursos de gestão pública e já domino os temas. Negócio com o Governo temas de interesse da FCRB e já consegui muitas melhorias. Obras e projetos que estavam há anos em espera. Temos hoje brigada de incêndio particular durante 24h por dia. Vou reformar as vigas que seguram o Museu que estavam apodrecidas. O dinheiro já foi liberado. Vou trocar toda a parte elétrica da Fundação. Minha gestão é elogiada pelos órgãos de controle e pelos Ministérios com os quais lido. Não há qualquer utilização da FCRB como ferramenta político-ideológica. É uma bobagem sem tamanho dizer isso. Mentira. Difamação maldosa. A maioria externa sequer conhece a Fundação. Eu explico o que é, do que trata, como é a estrutura. Muitos pensavam que era só um Museu. Nunca censurei qualquer projeto dos servidores. Nem levei pautas de Governo. As críticas foram de militância extremada. Algumas situações foram difamatórias. Tentativa de assassinato de reputação. A militância que acontece em qualquer instituição. A FCRB tem um viés de militância esquerda muito forte. Foram quase 30 anos de governos de esquerda. Natural o estranhamento de uma conservadora na Presidência. Mas não sou radical. Sou pela democracia. Minha preocupação é em deixar o local melhor do que quando entrei. Conservado, com obras de reparo importantes, com a digitalização de todo o acervo, e uma observação atenta aos problemas reais do cotidiano. Na parte acadêmica, são poucos pesquisadores, são professores que estudam a obra de Rui Barbosa, a língua portuguesa, História. Mas nesses setores há de tudo. Desde o principal que é estudar a obra de Rui Barbosa até uma pesquisa sobre religiões.

Amigas e Rivais
Criadora de personagens gays e mulheres liberais, Letícia Dornelles preferiu não comentar declarações de Bolsonaro (Imagem: Divulgação / SBT)

RD1 – Questões comportamentais em novelas também já foram alvos de críticas do presidente Jair Bolsonaro, como por exemplo o beijo entre dois personagens gays em Amor à Vida, da Globo. Em Amigas e Rivais, novela de sua autoria no SBT, havia gays afetados e mulheres com comportamento liberais. Você não acha perigoso essa fiscalização ideológica por parte de setores políticos?

Letícia Dornelles – [Os gays de Amigas e Rivais] eram muito aclamados e queridos pelo público. Não comento opinião do presidente. É a fala dele. Respeito. Todos precisam ser respeitados. O conservador não se identifica com diversas pautas de esquerda. Muitos programas são mais tradicionais, e resistem ao tempo, como A Praça É Nossa e o Programa Silvio Santos. E são patrulhados por não se moldarem ao politicamente correto, que tem qualidades quando inibe preconceitos, mas, na maioria das vezes, apenas engessa opiniões. Não dá espaço a quem pensa diferente. Censura muito mais do que dá liberdade. TV é movimento. Tem de estar antenada com seu tempo. Mas não pode ser voltada apenas para um segmento mais liberal. Precisa ter espaço para o conservador. O que atualmente quase não há. Há diversos colegas conservadores que não conseguem trabalho na TV justamente por não serem de esquerda. Há muita panelinha. São muito radicais.

RD1 – A Cultura perdeu investimento no Governo Bolsonaro. Só a Ancine teve corte de 43% do fundo do audiovisual e o presidente defendeu não incentivar filmes como Bruna Surfistinha, assumidamente por questões ideológicas. Isso não te incomoda, já que a afeta a classe da qual está inserida?

Letícia Dornelles – A perda vem de governos anteriores. De crises e muita corrupção. Não sou da Secretaria de Cultura. Mas vejo na imprensa, e por colegas, que há mais de 20 mil projetos de audiovisual que deram calote nos últimos anos de governo de esquerda. Não prestaram conta. Projetos de artistas consagrados. Que teoricamente não precisam de dinheiro do Governo. O pequeno produtor, e o artista sem fama, dificilmente recebiam algum suporte. Os honestos sofrem pelas atitudes dos desonestos. Vejo pela FCRB. O orçamento teve cortes ao longo dos anos e não apenas neste. Governos de esquerda já cortavam as verbas. A Economia entrou em colapso. Até voltarmos a crescer, demanda tempo, muita dedicação, planos importantes, reformas estruturais, e paciência. Claro que incomoda o fato de a Cultura estar em crise. Mas não acho justo culpar apenas o Governo. A iniciativa privada deve se manter. A seleção de projetos para investimento é natural. Imagine uma emissora de TV. Não vai patrocinar projetos ruins ou que não darão lucro. É indústria. A avaliação é muito técnica. As análises vão desde se o roteiro é bem escrito, se há onde exibir, se tem atrativo para gerar público e receita. Falar é fácil. Mas é dinheiro do contribuinte. Não pode desperdiçar. Quando é dinheiro do Condecine, é diferente. Mas algumas leis de incentivo precisam ser revistas para serem justas. O dinheiro jorrava apenas em poucas mãos.

Regina Duarte
Letícia evita comentar passagem de Regina Duarte no governo, mas diz que “nem todo mundo tem perfil de gestor” (Imagem: Divulgação)

RD1 – Você trabalhou com Regina Duarte em Por Amor e tem em comum com ela o apoio a Jair Bolsonaro e a nomeação no governo. Como você avaliou a passagem polêmica da atriz na Secretaria da Cultura e aquele episódio polêmico em que ela minimizou as mortes e torturas do regime militar?

Letícia Dornelles Prefiro não comentar atitudes de a ou b ou nomeações. O presidente dá a chance. Mas nem todo mundo tem perfil de gestor. Por exemplo: gestor não pode só assinar documentos que outros fizeram e posar para fotos. Não é teatro. É vida real. Tem de colocar a mão na massa. É uma carga de trabalho gigantesca. Além de tudo, há que se respeitar o perfil conservador do Governo eleito. É o que o eleitor vencedor espera.

RD1 – A nomeação de Mário Frias como Secretário de Cultura também foi motivo de muitas críticas. O ator é um defensor ferrenho do governo, embora não tenha formação acadêmica e nem grandes contribuições para às artes. Você não acha que essas indicações não-técnicas – e talvez puramente ideológicas – podem empobrecer as instituições brasileiras?

Letícia Dornelles – Creio que, se o Mario Frias se dedicar, pode realizar uma boa gestão. Não há necessidade de formação acadêmica para esse tipo de cargo. Pelé foi chamado para ser ministro. Gilberto Gil. E tantos outros. Precisa observar e ser bom gestor. Se cercar de uma boa equipe. Muito se aprende na prática, no dia a dia. O importante é ter foco e saber ouvir os mais experientes. Ter humildade de aprender. Mario parece entusiasmado. É um bom começo. Se precisar de ajuda, ou de uma boa conversa, estou à disposição. Há muito preconceito nas críticas. Há perseguição política. Tentam humilhar o nomeado. Se fosse alguém de esquerda, poderia ser figurante de novelinha da tarde que seria considerado intelectual altamente capacitado. Qualquer novato que opine é levado a sério, mesmo que fale besteira. Basta ser alinhado à esquerda.

Jair Bolsonaro
Embora seja formada em jornalismo, Letícia minimiza ataques de Bolsonaro à imprensa (Imagem: Reprodução / O Globo)

RD1 – Os ataques constantes de Bolsonaro e de seus apoiadores contra jornalistas têm gerado críticas e repúdios de entidades que representam esses profissionais. Como você, jornalista formada e que já trabalhou em redações de programas jornalísticos como o Fantástico e Rio Urgente, avalia este posicionamento?

Letícia Dornelles O presidente é muito sincero. Para o bem e para o mal. Vejo nele muita reação. É reativo. Não sabe engolir sapos. Todos nós engolimos muitos sapos. Na maioria das vezes, o ataque parte dos adversários. Que não aceitam a eleição dele. O ataque que sofre vem desde a eleição. Não sei como suporta. Como ser humano, é horrível ser atacado diariamente. De forma baixa. Humilhando. Não respeitaram nem a facada que levou. Ele erra e acerta como todo ser humano. Mas é atacado como nunca vi antes. Vimos roubalheira escancarada e os presidentes eram endeusados. Falavam bobagem e eram tidos como maravilhosos. Envergonhavam com piadas chulas e eram apenas bem humorados. Sou jornalista, mas nunca fui militante. Ligo a TV e vejo militantes torcendo escancaradamente pela derrota do Governo. Não disfarçam. Há “debates” de uma opinião só, de um lado só. Não há espaço para o contraditório. Não falam das boas ações e há muitas. Há excelentes ministros e secretários. Não são mostrados. Focam no palavrão de reunião privada. E não na obra realizada.

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Daniel RibeiroDaniel Ribeiro
Daniel Ribeiro cobre televisão desde 2010. No RD1, ao longo de três passagens, já foi repórter e colunista. Especializado em fotografia, retorna ao site para assinar uma coluna que virou referência enquanto esteve à frente, a Curto-Circuito. Pode ser encontrado no Twitter através do @danielmiede ou no [email protected].