Intérprete da Imperatriz Teresa Cristina em Nos Tempos do Imperador, Letícia Sabatella falou sobre sua personagem e da importância da retratação do período histórico na trama das 18h. Em conversa com a Quem, a famosa, que tem se destacado com o papel, disse:
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“A Teresa Cristina sofreu com o golpe da República. Ela virou uma figura meio apagada, mas era uma mulher que estudava arqueologia, lia, falava línguas, buscava se aproximar do povo, tinha uma cultura rica. Como ela pode ser retratada como uma pessoa ignorante? Se fizéssemos isso, ignorantes seríamos nós. Em muitos momentos, ela é uma panela de pressão“.
Em seguida, a artista ainda pontuou: “Nossos autores colocaram tantos momentos de catarse que me levaram ao estopim emocional pelo qual a personagem passa, o que se assemelha ao estopim emocional que a gente passa hoje com a ausência de um estadista“.
“Vivemos em um estopim emocional. Nosso Estado se repete, as condições de negros se repetem hoje ainda. Esse genocídio em massa… A gente ainda tem a conta da origem escravocrata. A gente não conseguiu trazer essa igualdade ao país. É muito bom e rico fazer uma novela dessa e falar de Brasil“, completou.
Fã da sua personagem, Letícia ainda afirmou: “Teresa Cristina foi realmente apaixonada pelo Brasil. Ela amava o nosso país. Ela se tornou uma mãe para os brasileiros, ela recebeu essa alcunha. Ela alforriava em praça pública. Ela e Dom Pedro II acolhiam anarquistas e tinham um espírito democrata“.
Vale lembrar que não é só em Nos Tempos do Imperador que Sabatella pode ser vista atualmente. Com a reprise de O Clone (2001), no Vale a Pena Ver de Novo, a famosa também está na telinha da Globo no horário da tarde.
Sobre o folhetim de 2001, a atriz declarou: “‘O Clone’ é um fenômeno, né? Eu fui para a Rússia e era reconhecida na rua. Pessoas aprenderam a falar português na Rússia por causa de ‘O Clone’. Tenho seguidores russos, já recebi presentes. É muito lindo isso. Não só na Rússia, mas em outros países, é um fenômeno“.
“A Gloria Perez segue a tradição das nossas grandes autoras, como Janete Clair. A criatividade dela é incrível. Na época eu pensava: ‘Meu Deus, como consegue isso?’. Juntar clonagem, universo muçulmano. Abordar questões fundamentalistas com questões da ciência com tanta sensibilidade. Eu percebi que as pessoas se encantaram e viram a humanidade daquele povo. Misturou o núcleo árabe com o núcleo popular, de São Cristóvão, ali da Dona Jura (Solange Couto)”, complementou.
“Nós atores fomos muito felizes, porque a gente era uma trupe. A gente se divertia demais fazendo, do início ao fim. Não teve nenhum momento em que teve uma barriga, cansaço. ‘O Clone’ é uma novela que, até hoje, a gente lembra dos personagens. Eu fico feliz que a novela, até hoje, tem o que dizer. Vale a pena demais revê-la“, finalizou.
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