Em entrevista ao programa Roda Viva na noite da última segunda-feira (1º), Lobão não poupou críticas contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e afirmou, com todas as letras, que “um golpe está a caminho”. Na conversa com os jornalistas, o artista reprovou o isolamento social no Brasil, especialmente nas favelas.
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“Estamos em uma pandemia, as pessoas estão se estapeando na rua porque não tem essa representatividade. O STF [Supremo Tribunal Federal] está se agigantando nesse sentido, temos que chamar a responsabilidade desses homens que estão nos poderes constituídos através de pessoas com essa autoridade”, opinou.
O cantor falou em força contra um golpe iminente de Bolsonaro e aliados. “E não só as pessoas como Fernando Henrique Cardoso, Caetano Veloso, pessoas de renome, mas essa quantidade enorme, multiplicação, representatividade numérica que precisamos acreditar com uma fé cega. É nossa única salvação, porque o golpe está a caminho”, alertou.
No desabafo, sobrou críticas para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e disse que o parlamentar “historicamente vai ficar devendo” sobre sua atuação em meio à crise política.
“Aí vem este manifesto desta faixa cinzenta da sociedade que acho que é a única maneira de a gente salvar… Alertar a seriedade, um cara como Rodrigo Maia vem dizer que as instituições democráticas estão asseguradas, não estão, Rodrigo Maia, não estão. Você historicamente vai ficar devendo essa de uma maneira trágica”, especulou.
Anti-Bolsonaro e Anti-OMS, Lobão não concordou com o isolamento social imposto pela organização no Brasil e citou a situação das favelas. “Você vai para as favelas, não tem saneamento básico e vai querer botar as pessoas em confinamento, não tem nem água”, relatou.
“Essa questão da contenção do auxílio dos 600 reais é um sadismo do governo, então essa explosão é absolutamente legítima na medida que… Imagina você já morando em um barraco, com 20 pessoas, e você sendo evaporado. As mortes, uma pandemia horrorosa e um confinamento que não te leva a coisa nenhuma, então esse tipo de manifestação tem genuinidade”, considerou.
Se a eleição fosse hoje, o músico falou se votaria em Bolsonaro ou Fernando Haddad (PT): “Não vou votar, me absteria. Detesto fazer isso, não fiz naquela época porque lutei muito, passei 13 anos lutando contra o PT”.
O veterano culpou o PT pela ascensão de Bolsonaro. “Eu me absteria porque também acho que, inclusive, a grande estufa bolsonarista foi o PT, foi o que causou essa comoção, essa nova paranoia comunista, foro de São Paulo… Todo mundo com toda razão se assusta com Bolsonaro, mas a gente tem que lembrar do Lula posando com Gaddafi [Muammar Gaddafi, ex-ditador da Líbia]. Ela [Dilma Rousseff] tentou [impedir o impeachment], falou com Forças Armadas, mas não conseguiu. Mas levou o Brasil à maior recessão”, avaliou.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].