Virtual candidato à presidência da República em 2022, Luciano Huck detonou o cenário político atual e afirmou que atualmente só consegue ver discursos ao Brasil do passado, sem olhar para frente. A fala do apresentador foi durante o painel “Desafios do Brasil”, do Brazil Conference at Harvard & MIT.
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Para o contratado da Globo, é preciso aceitar que o país “não deu certo” e, em seguida, reunir diferentes representantes da sociedade civil para pensar em um novo projeto para o Brasil, segundo o jornal Estadão.
“A gente vai ter que deixar de lado nossas vaidades e exercitar nossa humildade. [Vai ter que] Entender que, mesmo com o enorme potencial desse país, o Brasil não deu certo”, disparou o titular do Caldeirão do Huck.
Durante o bate-papo, Luciano Huck ainda destacou que é necessário procurar as melhores cabeças e ideias para colocar o Brasil de volta ao rumo. Ele salientou que a educação é a ferramenta mais poderosa para alcançar este objetivo e afirmou que não falta dinheiro nessa área, mas sim valorização.
Num outro momento, ele falou sobre a importância de empresários participarem desse processo de “reconstrução” do território nacional e lembrou que não é um político.
“Todos vocês sabem que não sou político. Me sinto como parte da sociedade civil, como alguém que tem viajado pelo país nesses últimos 21 anos, que tem visto os problemas do dia a dia, olhando no olho das pessoas. (…) No protagonismo atual, só estou enxergando narrativas e discursos que olham muito para o Brasil do passado, que veem o país pelo retrovisor. (…) Não acho que isso seja bom”, disparou.
O evento também contou com os governadores do Rio Grande do Sul e de São Paulo, Eduardo Leite (PSDB) e João Doria (PSDB), respectivamente, além do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
Haddad, por exemplo, rebateu uma fala de Huck e disse que “olhar para trás é um aprendizado, não é de todo ruim”, e foi acompanhado por Doria.
Ainda no debate, o apresentador criticou a postura do atual governo a respeito da política ambiental e fez menção à carta enviada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
“A carta que eles mandaram para Biden é uma piada. Se você vir o que esse governo fez na agenda ambiental nos últimos anos, a história da boiada… Você lê aquela carta, é uma peça de humor. Esse governo realmente vai mudar 180 graus sua política ambiental, sua política na relação com o agro [negócio]? Ia ser ótimo para todos nós. Agora, entre a fala e a realidade tem uma imensidão a ser atravessada”, desabafou.
O artista completou: “O Brasil hoje não lidera nenhuma agenda global. Esta agenda que poderia ser nossa… A gente está virando, neste momento, pária do mundo [na questão ambiental]”.
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