Maju Coutinho esteve no Papo de Segunda, do GNT, ontem (14), falou sobre a responsabilidade de ser a portadora de notícias durante uma pandemia e contou que a forma de noticiar os fatos não mudou. Segundo ela, o que mudou foi a intensidade na entrega das informações.
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“Não mudou a maneira, mudou a intensidade. Eu lidava com um cardápio que era pesado, mas com a pandemia a gente fincou o pé na doença, na morte, quase todo dia”, disparou a âncora do Jornal Hoje, da Globo.
A apresentadora seguiu: “É uma intensidade, uma carga tão forte de notícias ruins, que mudou a maneira de lidar com essas notícias ao final da jornada. Como que você faz isso de uma maneira que não fique piegas? Porque você não pode entrar na notícia de uma maneira que você se abale, mas também não pode ser de uma maneira que pareça muito distante. É muito difícil”.
Maju Coutinho, então, contou que tem feito um “ritual” para suportar esse peso. A jornalista medita e também faz terapia, com o objetivo de controlar as emoções.
“Eu medito, faço terapia, a gente que faz parte (do jornalismo), você já tem uma armadura. Agora nesse tempo brabo é meditação e um pouco de afastamento. Assisto o noticiário, leio o jornal, mas chega uma hora no dia que eu me afasto ou eu não aguento”, desabafou.
Maju aproveitou a oportunidade e também criticou as fake news e a forma como isso torna mais complicado o trabalho do jornalista, especialmente em meio a pandemia.
“Tem sido mais doloroso pra mim lidar com as fake news, esse trabalho é desgastante e é dolorido quando você percebe que pessoas escolarizadas, com ensino médio completo, caem no conto da fake news e você tem que desconstruir isso”, disparou ela.
Ainda no papo, a âncora falou sobre glamourização da profissão e da recente campanha promovida no Jornal Nacional com os jornalistas da Globo.
“As pessoas glamourizam tanto o fato de você ser um jornalista de televisão que elas idealizam loucuras. A gente tinha uma amiga do meu marido, que nos chamou pra um jantar na casa dela e ela ficou cheia de dedos se eu comia strogonoff, se eu comia batatinha, porque na imaginação dela, (tinha) esse glamour, que nem é o vendido por mim. Então campanhas como essa mostram o lado humano e tiram o glamour, porque é muito pouco glamour e muita ralação por trás”, desabafou.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]