Margareth Menezes iniciou na carreira musical em 1986 e desde então se faz presente no cenário do axé. No entanto, paira no ar o questionamento sobre a razão dela não explodir, até mesmo internacionalmente, como Ivete Sangalo e Claudia Leitte, por exemplo.
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A problemática surgiu quando Taís Araujo entrevistou Ivete numa transmissão ao vivo no Instagram e fez tal pergunta. A indagação acabou deixando a baiana reticente, embora ela tenha concordado com a realidade. Em entrevista ao canal Papo de Música, no YouTube, Margareth pontuou: “Existe um sistema. Isso não está no domínio da Ivete Sangalo em si, que é uma artista talentosíssima e com o carisma dela. O que se questiona é o próprio sistema que nos invisibiliza“.
Sem culpar a colega baiana, a intérprete de Dandalunda discursou sobre como o racismo caminha na mídia nos dias de hoje: “É a máquina do privilégio. A gente precisa quebrar isso. Por que um artista branco cantando faz sucesso e a mesma música cantada pelo bloco afro não faz? A própria TV impôs isso, a normatização da beleza. Isso infecta todas as relações”.
Prosseguindo o papo, Margareth Menezes tentou entender a falta de domínio de Ivete no assunto e fez um pedido: “Vi que a Ivete não pode responder muito, porque as pessoas estão delicadas para falar de racismo, por conta da questão do local de fala. As pessoas que têm representatividade têm que ter consciência de que independente de ser branco, negro ou azul, podemos combater sim a prática do racismo“.
Por fim, a cantora exaltou a importância e influência dos blocos afro, destaques na Bahia: “Os blocos afro mudaram a história de anos, na questão de você se referenciar. Foi auxiliando pessoas a levantar sua autoestima, valorizar a mulher negra… Todo repertório de músicas foi trazendo uma força para as pessoas e formou uma base para a música contemporânea da Bahia“.
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Oficialmente redator desde 2017. Experiências como editor e social media. Já escrevi sobre famosos, TV, novelas, música, reality show, política e pauta LGBTQIA+. Vídeos complementares no YouTube, no canal Benzatheus.