Secretário especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), Mário Frias surpreendeu ao usar o seu perfil do Twitter para pedir que internautas votem contra a Lei Paulo Gustavo. O projeto de lei visa garantir ajuda financeira ao setor da cultura e o nome homenageia o ator que foi vítima da covid-19.
VEJA ESSA
O integrante do Governo Bolsonaro afirmou que o PL, de autoria da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) e assinado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), “é criminoso”.
“Na minha vida fui ensinado a ter princípios e valores inegociáveis. Respeitar o luto de uma família é um desses valores. É criminoso que usem a morte do Paulo para fins políticos/ideológicos”, escreveu o secretário de Cultura.
O ator ainda disse que o partido criou “um palanque em cima de uma tragédia”: “Quando acho que eles não têm mais como se rebaixar, vejo criarem um palanque em cima de uma tragédia. Vocês são doentios!”.
O filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), reagiu ao comentário de Mário Frias. “Os caras não tem qualquer pudor quando o que está em pauta é grana”, afirmou o político.
Na minha vida fui ensinado a ter princípios e valores inegociáveis. Respeitar o luto de uma família é um desses valores. É criminoso que usem a morte do Paulo para fins políticos/ideológicos. pic.twitter.com/RyGMxQmbQt
— MarioFrias (@mfriasoficial) May 22, 2021
Os caras não tem qualquer pudor quando o que está em pauta é grana.
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) May 23, 2021
O humorista morreu no último dia 4 de maio por complicações da Covid-19. Ele passou quase dois meses internado por causa da doença. Após sua morte, o país descobriu que ele desembolsou meio milhão de reais para a compra de oxigênio para a região.
Susana Garcia, diretora e amiga pessoal de Paulo Gustavo foi quem revelou essa e outras ajudas do ator. “Na pandemia, depositou, por três meses, R$ 1 mil por mês para quase 120 pessoas que trabalharam nos filmes que nós fizemos“, entregou.
“Mandou um e-mail para todo mundo das equipes perguntando quem estava precisando de ajuda. E as pessoas foram tão corretas que várias falaram que estavam conseguindo segurar e que não precisavam. Mas a maioria recebeu essa ajuda“, ressaltou.
“Na crise em Manaus, você enviou R$ 500 mil para compra de oxigênio e nunca divulgou nada. Lembro um dia, antes de ser intubado, me disse que estava sentindo muita falta de ar, mesmo com cateter de oxigênio, e estava feliz de ter comprado oxigênio para as pessoas“, relembrou.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]