Não parece estar nada fácil para os jornalistas atuarem “in loco” na cobertura dos atos políticos e da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em segunda instância.
Além dos ataques que estes profissionais sofreram em atividade no Sindicato dos Metalúrgicos, São Bernardo do Campo – onde o líder do PT passou os últimos dois dias –, há o risco de se ver envolvido em brigas causadas por manifestantes, favoráveis ou contrários ao político.
Que o diga Victor Ferreira, da GloboNews, encarregado de cobrir a chegada de Lula à superintendência da Polícia Federal na Lapa, em São Paulo. Houve um princípio de confusão entre os que apoiam a prisão e os que defendem o ex-presidente, tão logo o carro que o transportava chegou ao prédio. Diante das cenas, Victor exclamou: “Meu Deus, o que que é isso?”.
Rapidamente, a âncora Leila Sterenberg, que comandava a transmissão dos estúdios do canal fechado no Rio de Janeiro, suspendeu o contato com Ferreira – que voltou ao ar posteriormente. As cenas de conflito foram exibidas com imagens aéreas, captadas por dois helicópteros: um com o repórter César Menezes, outro com Patrícia Falcoski, ambos acionados nos plantões da Globo.
Instantes depois, numa nova entrada de Victor Ferreira na cobertura, foi possível ouvir gritos de “Globo golpista”. Cabe lembrar que hoje (7), durante comício realizado em meio à missa em memória de sua falecida esposa, Marisa Letícia, Lula atribuiu sua prisão à emissora-líder: “Eu tenho mais de 70 horas de Jornal Nacional me atacando”, disse o líder do PT, que também fez menção a Band e Record.
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