Uma das protagonistas de Quanto Mais Vida, Melhor!, Valentina Herszage tem conquistado o público com a sua destemida Flávia. Numa entrevista exclusiva ao RD1, ela garante que o desfecho da trama promete emoções. E frisa que o maior desafio com a novela foi o de trabalhar a questão da sensualidade.
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“Nós, mulheres, sempre fomos direcionadas ao silêncio, a ‘postura’, a esconder os nossos corpos. Essa trama foi um processo impactante de construção e de empoderamento”, diz a atriz.
Filha de uma professora de moda, a famosa garante ser apaixonada pelo tema e entrega que, às vezes, pega algumas peças da mãe para montar suas produções. Da personagem, conta que levaria para o seu closet a capa preta de couro, todos os tops e as botas pretas: “A meia-arrastão com blusão solto é a marca da Flávia, amo!”.
Apesar de ter dias em que escolha a combinação do tradicional preto e branco, as cores também são bem-vindas nos looks de Valentina. Não é à toa que no mundo da cartela das cores dela nunca faltam peças na cor vermelha – sua preferida – e (claro!) lencinhos amarrados no pescoço.
Assim como acontece no folhetim, ela entrega que caso tivesse sua segunda chance “divina” viveria a vida de forma ainda mais potente. Feminista, acredita que a união entre as mulheres faz a diferença e enfatiza que elas precisam ganhar mais espaço no mercado audiovisual e ficarem ainda mais à frente de funções como roteiristas, cineastas e diretoras.
“É preciso esgarçar, cada vez mais, essa conjuntura machista que foi se estabelecendo ao longo dos anos para abrir espaços novos e mais interessantes”, pontua Valentina Herszage.
Confira a entrevista na íntegra:
RD1 – Quanto Mais Vida, Melhor! está com o fim da trama gravado. Você se surpreendeu com o desfecho da Flávia?
Valentina Herszage – Eu me surpreendi positivamente. Conforme fomos recebendo os capítulos e eu me emocionava só em ler esses capítulos. A Flávia é uma chama viva em mim para sempre. É lindo e emocionante ver o desfecho de uma personagem que você carregou há um ano. Não posso dar spoiler porque tem muita coisa pra acontecer! Posso adiantar que vem muita emoção por aí…
Esta é a sua segunda novela. Sentiu-se mais à vontade com o universo da televisão?
Com certeza. Pega Pega me ensinou muito porque comecei na TV trabalhando com atores que admiro muito como Mateus Solano, Mariana Santos, Vanessa Giácomo, Marcos Caruso… Agora, em Quanto Mais Vida, Melhor!, eu me senti livre e o principal: eu me diverti muito dando vida à Flávia!
Assim como acontece na novela, caso você tivesse sua segunda chance ‘divina’, o que faria de diferente na sua vida?
Acho que viveria tudo elevado à máxima potência. Viajaria para o Japão (é o meu sonho!), levantaria uma peça com os meus amigos artistas e traria, cada vez mais, para perto de mim minha família e meus amores.
Flávia é uma menina de alma livre. Tem algo de parecido com a personagem?
Eu sempre digo que gostaria de ser a Flávia quando crescer porque ela é uma mulher que admiro. Eu me apaixono e vivo intensamente minhas relações, acredito que nisso me identifico com ela. Gosto de ter minha vida e fazer as coisas que me dão na telha, sem amarras, como a Flávia.
Trabalhar a sensualidade da personagem na novela foi desafiador?
Com certeza. Nós, mulheres, sempre fomos direcionadas ao silêncio, a “postura”, a esconder os nossos corpos. Foi um processo impactante de construção e de empoderamento. O pole dance me ajudou a encontrar esse lugar, o de “se curtir” como dizia minha preparadora de pole dance, Juliana Natal.
O figurino da personagem é moderno e muito estiloso. Que peças elegeria para não sair do seu armário?
Amo o figurino da Flávia! Acho que minha peça preferida do guarda-roupa dela é a capa preta de couro, aquela que a Flávia usa no roubo do primeiro capítulo. Adoro as botas pretas e os tops dela. A meia-arrastão com blusão solto é a marca da personagem, amo! Acho que as roupas da Flávia são a tradução perfeita da alma dela.
Como é a sua ligação com a moda? O que não falta em seu closet?
Amo moda. Minha mãe foi professora de moda por anos e é superestilosa. Até hoje pego muitas roupas dela. Tenho momentos de usar o preto e branco e outros de coloridos. Mas não sou chegada à estampa. Quem me conhece sabe que estou sempre com um lencinho amarrado no pescoço. Adoro uma camisa de botão despojada e amo tudo que é da cor vermelha.
Você teve a experiência de interpretar Hebe Camargo na fase jovem do seriado. Ao se aprofundar na história dela, se surpreendeu com curiosidades sobre a vida da apresentadora?
Totalmente! Eu conhecia pouquíssimo da vida da Hebe. Fui me apaixonando por ela enquanto estava estudando e acompanhando os vídeos e músicas. Ela foi uma artista jovem nos anos 40, viveu muitas barras e transcendeu tudo com elegância e generosidade.
Que atores foram referência para você seguir o caminho das artes dramáticas?
Andrea Beltrão, Fernanda Torres, Irandhir Santos, Matheus Nachtergaele, esses são alguns dos meus ídolos.
As mulheres estão ganhando mais espaço no audiovisual. Mas não notamos muitas à frente de funções como roteiristas, cineastas e diretoras. O que é preciso fazer para mudar esse cenário?
Muita coisa precisa ser feita. Abrir espaços e oportunidades… Essas mulheres estão por aí, provavelmente, lutando e passando sufoco para serem escutadas. Temos muitas diretoras, roteiristas e artistas mulheres atuantes e mostrando ao que vieram. Precisamos contar mais histórias sobre mulheres e que sejam escritas e dirigidas por mulheres. É preciso esgarçar, cada vez mais, essa conjuntura machista que foi se estabelecendo ao longo dos anos para abrir espaços novos e mais interessantes.
Em que lugar ou situação você coloca o seu feminismo?
Sou totalmente feminista. A união entre as mulheres é fundamental. Fiz questão de colocar isso na minha personagem em Quanto Mais Vida, Melhor!. A Flávia é feminista, ela defende e apoia todas as mulheres com quem cruza na história e coloca os seus limites nos homens.
Quais são as novidades para este ano?
Eu tenho dois filmes para lançar que são Raquel 1:1, da diretora Mariana Bastos; e O Mensageiro, de Lúcia Murat. Em breve, começo a rodar a série Fim, baseada no livro da Fernanda Torres.
O carioca Márcio Gomes é apaixonado pelo jornalismo, tanto que o escolheu como profissão. Passou por diversas redações, já foi correspondente estrangeiro dos títulos da Editora Impala de Portugal como Nova Gente, Focus, Boa Forma, e editor na revista de BORDO. Escreveu para várias publicações como Elle, Capricho, Manchete, Desfile, Todateen, Shape, Seleções, Agência Estado/Estadão, O Fuxico, UOL, entre outros.