O Jornal Nacional, da Globo, desta sexta-feira (10), falou sobre a última turnê de Milton Nascimento, que é iniciada neste sábado (11). O telejornal conversou com o artista, que decidiu que não vai mais fazer shows.
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O cantor aproveitou o clima da sua despedida dos palcos para fazer um alerta aos brasileiros. Ele falou diretamente aos que atacam a liberdade de expressão, de forma similar ao que ocorria no período da Ditadura Militar (1964-1985).
“É terrível. Vejo o pessoal novo, fico pensando para eles não caírem nessa”, disparou o famoso, que teve boa parte da sua obra construída durante esse período difícil do Brasil. O disco Milagre dos Peixes, de 1973, teve oito das 11 canções censuradas. Mesmo assim, foi gravado sem letra.
Durante a reportagem do Jornal Nacional, o veterano explicou o motivo pelo qual decidiu se afastar dos shows: “Estou cansado. Quero dar um tempo, mas só de fazer shows. Compor, não! Quero continuar compondo e cantando”.
“Vou sentir saudade. O filme que passa pela minha cabeça são as amizades, as pessoas que fui deixando pelo caminho, achando outras”, detalhou Milton Nascimento.
Milton Nascimento revela fim de shows
No mês passado, ele pegou seus fãs de surpresa ao anunciar que vai iniciar uma última turnê de despedida da carreira. No perfil do Instagram, o compositor entregou que o espetáculo ganhou o nome de A Última Sessão de Música.
O show de encerramento, marcando a despedida de Milton dos palcos, acontece no dia 13 de novembro, no Mineirão, em Belo Horizonte.
“A gente quer proporcionar uma experiência única e emocionante, do começo ao fim”, informou. Ao todo, serão 17 shows ao redor do Brasil, além de apresentações em outros oito países.
O artista, que está no auge dos seus 79 anos, encerra sua carreira com números impressionantes. Na década de 60, ele teve uma das músicas interpretadas por Elis Regina, Canção do Sal.
Dois anos depois, em 1967, Milton lançou a música Travessia, em parceria com cantor e compositor Fernando Brant. O álbum Milton veio em 1970, iniciando o movimento Clube da Esquina.
Ao longo da sua história, o artista foi responsável por clássicos como Maria, Maria, Travessia, Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor, Encontros e Despedidas, entre outros.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]