Horas depois de ser eliminada do BBB 2021, Lumena Aleluia participou do Mais Você, da Globo, nesta quarta-feira (3), e falou sobre a sua trajetória no programa.
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“Eu não fui para causar treta, não as que aconteceram na minha jornada, pelo menos. Eu quis compartilhar minha cultura, minha baianidade, que é uma identidade que me orgulho muito, que é algo enorme. É gingado mesmo, com sabedoria e dança sempre”, garantiu a ex-sister.
Lumena ainda ressaltou que desejava ter ido ao BBB para dançar e mostrar seu lado “humano”, mas colocar isso em prática e agora lamenta.
“Acho que me perdi em meu propósito inicial, por conta de escolhas lá dentro. A gente vai se apegando ao que é possível para dar sentido a cada momento. Lá eu fiz alianças a pessoas e escolhas que em dado momento me organizavam e em outros desorganizava. Minha estratégia de jogo foi ficando em segundo plano em relação às minhas escolhas. Agora quero voltar a dançar do jeito que gosto, com afetividade e leveza, com as pessoas que amo aqui fora”, analisou.
A DJ declarou que “já estava elaborando esse sentimento de uma possível eliminação”. “Com a consciência de minha entrega e dos riscos. Tanto que não foi um choro que veio fisicamente, foi algo que eu já estava me preparando. Quando Tiago fez uma analogia com a dança, foi certeiro. A dança é meu principal meio de comunicação desde pequena, só que lá eu fiz danças estranhas, que não fazem parte do meu momento de vida”, desabafou ela.
No Mais Você, Ana Maria Braga questionou a convidada sobre a grande rival dela: Carla Diaz. Por diversas vezes a psicóloga mostrou um certo “ranço” por algumas atitudes de atriz, criticando sua “branquitude”.
“A gente analisa a sociedade, os processos de desigualdade e opressão por categorias. Eu, enquanto menina negra criada, cresci com poucas referências de mulheres igual a mim no entretenimento. Eu não me via. E eu hoje entendo que isso aciona um debate”, disparou a baiana.
“Eu sei que o entretenimento brasileiro prioriza mulheres iguais a Carla e não a mim. Lá a gente começa a se ler no jogo, os estilos de jogo e estratégias de aliança como cada um se molda ali. E em dado momento me vi, infelizmente, tendo que analisar a jornada dela a partir dessa perspectiva. Não julgando ela enquanto uma mulher que reproduz racismo, mas sim como forjada numa sociedade racista“, completou.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]