A nova versão de Dona Beija, produzida pela Floresta / Sony para o streaming, será baseada no texto de Wilson Aguiar Filho. Ou seja: os autores António Barreira e Renata Jhin desenvolvem o remake a partir da sinopse e dos capítulos escritos para a extinta Manchete em 1986. Ainda não há previsão de estreia ou mesmo definição quanto à plataforma de exibição.
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Primo-irmão de Gloria Perez, Wilson Aguiar Filho estreou como roteirista de TV através da série Kika & Xuxu (1978), da Globo. No ano seguinte, assinou a primeira novela, Memórias de Amor. Wilson respondeu também por Marina (1980), que lhe rendeu elogios do crítico Artur da Távola, e O Amor É Nosso! (1981). Após passagem pela Band, Aguiar Filho foi recrutado pela Manchete.
Coube ao autor desenvolver a primeira minissérie da emissora, Marquesa de Santos (1984). Os protagonistas Maitê Proença e Gracindo Jr seguiram com ele para Dona Beija, marco das novelas da casa. Para o enredo, Wilson Aguiar Filho baseou-se nos livros A Vida em Flor de Dona Beija, de Agripa Vasconcellos, e Dona Beija, a Feiticeira do Araxá, de Thomas Leonardos.
O novelista, claro, agregou elementos à narrativa, agora aproveitados no remake. Sobre a construção do perfil de Beija (Maitê), Wilson declarou ao Jornal do Brasil: “Ela tem um pouco de Dama das Camélias, Xica da Silva, Maria Antonieta, Marquesa de Santos e Lucrécia Bórgia”.
Com a aquisição do texto de Aguiar Filho, a Floresta / Sony parte de um esquema diferente do adotado, por exemplo, pela Record para tramas que fizeram sucesso na Globo. A Escrava Isaura (2004) baseou-se no livro de Bernardo Guimarães e não na versão do mesmo desenvolvida por Gilberto Braga. Caso também de Gabriela (1975 / 2012); o livro de Jorge Amado ganhou adaptações diferentes, na mesma Globo, pelas mãos de Walter George Durst e Walcyr Carrasco.
Evidente que mudanças estão previstas. A produtora informa que Dona Beija vai ganhar “a agilidade das narrativas modernas”. “A luxúria e luxuosidade ganharão mais cor e personalidade, seguindo altos padrões de produção. A história ganha uma tinta a mais nas discussões que escandalizaram a sociedade no século XIX e ainda são tão pertinentes para o século XXI, como empoderamento, questões raciais e classistas”, afirma a Floresta / Sony.
“Além disso, novos temas serão abordados para fazer jus a história e sua época, uma história que muitos já conhecem, mas que desta vez será contada de uma maneira inédita”, conclui em comunicado oficial divulgado na última terça-feira (21).
Duh Secco é "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.