Televisão: a máquina de moer talentos disfarçada de fábrica de sonhos

Televisão
A televisão é uma máquina de moer talentos, como o triturador do Triturando (Imagem: Reprodução / SBT)

A grande fábrica de sonhos, como é conhecida a arte de se fazer televisão, pode ser uma máquina de moer talentos. A metáfora, oriunda de um ditado popular, pode ser exemplificada exaustivamente com pessoas que passaram por muitas salas e fizeram a alegria de muitas pessoas.

Se para quem está em casa, a TV é uma diversão, para quem está na frente das câmeras, tudo é um grande e importantíssimo trabalho como qualquer outro. Mas, como tudo que começa tem o seu fim, o sonho de trabalhar na televisão pode ser tirado da mesma forma que conquistado, só que bem mais abruptamente. Algumas pessoas, inclusive, entram em depressão pela falta de oportunidade.

Grandes nomes da televisão acabaram caindo no esquecimento, seja pelo “fim de carreira” ou por demissões que até hoje não foram bem entendidas pelo público. Um exemplo disso foi o que aconteceu com Chico Anysio. O comediante que fez grandes programas na tela da Globo, acabou saindo de cena após não despertar mais interesse na emissora em criar conteúdo com Chico no comando. Suas últimas tentativas tiveram desempenhos, aos olhos da emissora, pífios na audiência e perderam para A Praça É Nossa, do SBT. Nem mesmo a tentativa de implementar o astro no Fantástico vingou.

Além de Chico, outros artistas que passaram pela telinha da TV caíram no desinteresse, como Costinha, Jô Soares, Dedé Santana, Dercy Gonçalves e, mais recentemente, Renato Aragão, o Didi.

Renato, após 44 anos de parceria, viu seu contrato ser encerrado pela Globo e está fora da televisão. O comediante de 85 anos já estava fora do ar desde 2013 quando teve o seu programa, A Turma do Didi, cortado da grade de domingo. Sem audiência relevante, a atração deu lugar a um rodízio de programas. Agora, pelas redes sociais, Renato disse que terá tempo para trabalhar com novos projetos.

Saindo da linha dos comediantes, outros nomes famosos que fizeram a alegria da turma da poltrona caíram em depressão pela forma como foram cuspidos da televisão. Um deles foi o ex-jornalista do tempo Feliz (Felizberto Duarte), que atuava no Aqui Agora trazendo as notícias climáticas de um jeito diferente e próprio. Feliz morreu após um longo período distante da telinha, conforme disse sua esposa ao programa de Geraldo Luís, na Record.

ET, que fez dupla com Rodolfo no Domingo Legal, apresentado por Gugu Liberato, no começo dos anos 2000, foi outro que morreu com depressão. Fora da TV após ter sido espremido pela “máquina”, ET não retornou ao metiê televisivo. Acabou esquecido, mesmo após ser o responsável por grandes índices de audiência no SBT.

O assistente de palco, conhecido como Russo, também foi deixado para trás quando o assunto é esquecimento. Famoso na telinha da Globo por aparecer em atrações como o Cassino do Chacrinha, Caldeirão do Huck, Xuxa Park e Domingão do Faustão, Russo foi demitido pela Globo e morreu pedindo para voltar ao trabalho. O ex-contra-regra deu entrevista ao Domingo Show, de Geraldo Luís, na Record, e alegou que precisava trabalhar. A esposa disse que o ex-funcionário da Globo estava triste e que não sabia fazer outra coisa se não trabalhar na TV. Mesmo aposentado, Russo saiu de cena após anos e anos dedicados à TV.

Cabe aqui embasar nomes conhecidos que não estão no ar: Ana Maria Braga – que perdeu espaço na grade da programação com o seu Mais Você e foi adicionada ao Encontro, como parte da receita – Fernanda Lima, Angélica, Fernanda Gentil, Sergio Mallandro, Gilberto Barros, Tom Cavalcante, Britto Jr., Max Fivelinha e Daniella Cicarelli, dentre outros nomes que marcaram a história da TV brasileira.

Televisão é feita por um grupo de pessoas. Não se faz a máquina funcionar sozinha. Em tempos de rede sociais, a TV segue firme e consolidada como um grande vitrine e grande fonte de renda aos artistas. Mas, tudo tem um prazo de validade. Nomes que fizeram grande sucesso no passado são pouco lembrados nos dias de hoje. À equipe que segue fazendo a máquina rodar diariamente, um aviso: cuidado com a ‘mão’, afinal, um deslize qualquer pode ‘moer’ seu talento profissional.

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Reuber DiirrReuber Diirr
Reuber Diirr é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Integrante do 17º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta (Globo ES), teve passagens pela Record News ES, TV Gazeta ES e RedeTV! SP. Além disso, produz conteúdo multimídia para o Instagram, Twitter, Facebook e Youtube do RD1. Acompanhe os eventos com famosos clique aqui!