O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, em polêmica entrevista ao “Estúdio i” (Imagem: Reprodução / GloboNews)
Deu pano pra manga a participação de Wilson Witzel (PSC), eleito governador do Rio de Janeiro no último domingo (28), no “Estúdio i” desta terça-feira (30), na GloboNews. A equipe da atração conduzida por Maria Beltrão reagiu à afirmação de Wilson, no início da campanha, acerca da possível investida em atiradores de elite para abater criminosos nas favelas do Rio.
Maria foi quem introduziu o tema, citando a declaração de Witzel sobre a “autorização pro abate, por partes dos policiais, de criminosos que portassem armas de uso exclusivo das Forças Armadas”. A jornalista levantou “a seguinte hipótese: um cidadão com fuzil na mão, de costas, e a possibilidade de um policial executá-lo sem ele estar representando nenhuma ameaça”.
“De fuzil na mão?”, questionou o novo governador. Diante da confirmação de Beltrão, ele concluiu. “É ameaça […] Se não for abatido, ele vai usar o fuzil para acertar quem quer que seja na frente dele”. A comentarista Flávia Oliveira então citou episódios em que policiais confundiram objetos de uso comum, como guarda-chuva e furadeiras, com armas, matando inocentes.
“Raramente ‘sniper’ atira em quem está de guarda- chuva. E muito menos em quem está com furadeira. Nesses casos eram militares que não estavam preparados para esse tipo de missão”, rebateu Witzel, salientando que pretende trabalhar com policiais treinados para tal função. “Se tem cinco elementos de fuzil atirando contra policial, todos, em algum momento, podem e devem ser abatidos pra, imediatamente, cessar esse combate”, arrematou.
O comentarista Octávio Guedes o questionou a respeito da possível condenação destes policiais, por tirarem a vida de uma pessoa, mesmo quando esta não oferece, numa primeira leitura, perigo. Wilson Witzel respondeu com uma “frase de efeito”: “Eu prefiro defender policial no tribunal do que ir no funeral dele”; Octávio rebateu: “É hora de descer do palanque”, notadamente incomodado com as ideias do governador eleito.
O episódio repercutiu nas redes sociais; boa parte deles, a favor do governador e contrários à equipe do “Estúdio i”.
Àquele momento de paz onde a imprensa questiona se um homem como um fuzil deve ou não ser baleado pela polícia. pic.twitter.com/gGBaWD6CTk
— Rica Perrone (@RicaPerrone) 30 de outubro de 2018
Hoje eu escutei no #EstudioI
“Vamos super um Cidadão com fuzil, mas sem estar representando nenhuma ameaça”
Essa é a bolha do projaquistao, vulgo república do Leblon, que queria te convencer a votar no PT.
— Fascista é a mãe (@adrianotomasoni) 31 de outubro de 2018
Witzel desestruturou a bancada toda do #Estudioi
A @GloboNews CLARAMENTE NÃO ENTENDEU A MENSAGEM DO POVO.
Ainda acham que controlam a agenda e a narrativa política e econômica do Brasil.
Se tirassem o salto alto, cairiam na real.
Ou estão cumprindo pautas topdown mesmo.
— César N. Cremonesi (@cesarnc) 31 de outubro de 2018
#estudioi @octavio_guedes quis lacrar @beltraomaria tentou apaziguar… no fim fiquei morrendo de inveja dos cariocas e de seu governador recém eleito. Com todo respeito, “homão da porra”.
— Ana Carla Cravo Landrino (@anaccravo) 30 de outubro de 2018
Wilson Witzel, governador eleito do RJ, sendo massacrado pelos jornalistas do #Estudioi , menos pela ótima mediadora @beltraomaria , quando informou que bandido portando fuzil será abatido pelo helicóptero da polícia e haverá a defesa por parte do Governo .
— wilsonocaamano (@wilsonocaamano) 30 de outubro de 2018
Wilson Witzel debatendo segurança publica com jornalistas que moram no Leblon.
A maior perda de tempo.
Estão horrorizados que um policial possa matar pelas costas um bandido armado com fuzil.#estudioI
— Fascista é a mãe (@adrianotomasoni) 30 de outubro de 2018
Witzel deixou todos no #estudioi assim hoje..???? pic.twitter.com/Jjrpj5BCAa
— Bob Sacamano (@bcasablancas) 30 de outubro de 2018
Em tempo
Também chamou atenção o fato de Wilson Witzel ter preferido dar sua primeira entrevista, após a apuração das urnas, ao SBT, quebrando uma tradição, de anos, envolvendo os eleitos e a Globo. A opção pelo “SBT Rio”, de Isabele Benito, se deu por conta de sua passagem pelo telejornal como comentarista de segurança e política, quando se lançou na vida pública.
Duh Secco é "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.